Sem resposta do governo Wilson Lima (União Brasil) e bloqueados por deputados nas redes sociais, os candidatos aprovados no último concurso da Polícia Civil do Amazonas (PC-AM) continuam sonhando, mesmo sem esperança, com o dia em que serão convocados.
O portal Amazônia Press recebeu denúncias de aprovados no concurso da PC-AM que já passaram pelo Curso de Formação Policial (CFP) e aguardam a prometida convocação, que relataram ter sido bloqueados nas redes sociais por deputadas estaduais do Amazonas. Entre os nomes citados, estão os das deputadas Alessandra Campêlo (Podemos) e Joana Darc (União Brasil).
Conforme alguns relatos, a deputada Joana Darc, que é engajada na causa animal e uma das deputadas de maior afinidade com o governo Wilson Lima, não tem interesse em ajudar os candidatos. “Ela prefere defender gatos e cachorros do que pessoas”, afirmou um denunciante.
Conforme outro aprovado, que prefere não ter a identidade divulgada, a deputada Alessandra Campêlo ignora qualquer candidato que procure sua ajuda e ainda bloqueia nas redes sociais. A maior decepção dos aprovados é que a deputada usa pautas femininas para se promover, mas não toma uma atitude efetiva em relação ao aumento de casos de feminicídio no Amazonas.
“A deputada é muito criticada pelos formados, porque levanta a bandeira de defesa das mulheres, mas ignora os nossos apelos para que lute pela nossa nomeação. As delegacias especializadas da mulher (DEAM) do interior do estado não são especializadas de fato e em muitas delas, o atendimento é feito de forma precária por servidores cedidos pelas prefeituras (para isto) sem preparo ou qualificação para o atendimento especializado. Outra coisa é que existe a Lei que obriga o funcionamento destas delegacias de maneira ininterrupta e elas funcionam apenas em regime de expediente, por falta de efetivo. Num estado que é o campeão nacional de feminicídio, segundo dados do anuário da segurança pública nacional, esperávamos ter o apoio da deputada Alessandra Campêlo, mas ela nos bloqueia nas redes sociais e jamais demonstrou qualquer interesse em nos ajudar”, detalhou o denunciante.
Conforme as denúncias, além de Campêlo, outro campeão de bloqueios é Roberto Cidade, líder da base aliada do governo Wilson Lima.
O concurso aconteceu em 2022, sendo o primeiro para vagas na instituição desde 2009, criando uma grande expectativa nos amazonenses e até mesmo em pessoas de outros estados. O certame recebeu mais de 79 mil inscrições, tendo mais de 1269 aprovados, mas apenas 636 formados pelo CFP, mas apenas 182 nomeados.
Ainda conforme relatos dos denunciantes, um dos poucos parlamentares que deu atenção à causa foi o Delegado Péricles, mas ainda assim, o governo Wilson Lima não cumpriu com o edital.
“Pedimos ajuda aos integrantes da comissão de segurança pública, principalmente aos dois deputados oriundos da Polícia Civil, Delegado Péricles e Alessandra Campêlo. O primeiro, nos ajudou intercedendo em reuniões com o governo e nas negociações de bastidores políticos com o governo”, afirmou um dos aprovados no concurso que aguarda para ser convocado para a vaga de Escrivão de Polícia Civil – 4ª Classe.
A equipe de reportagem do portal Amazônia Press entrou em contato com os deputados Comandante Dan (Podemos) e Cabo Maciel (PL), que são respectivamente presidente e vice-presidente da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), além do Delegado Péricles, todos que tiveram carreira policial, bem como o presidente da casa, Roberto Cidade (União Brasil) e a deputada citada Alessandra Campêlo (Podemos), mas até a publicação desta matéria, não obtivemos respostas.