Colocação de eixo nas embarcações é uma das ações contra acidentes nos barcosA Comissão Estadual de Enfrentamento aos Acidentes Motor com Escalpelamento, coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), iniciou nesta quarta-feira (8,) em Cametá, uma série de atividades para estimular ações de prevenção contra os acidentes de motor com escalpelamento.
A programação segue até a sexta-feira (11), envolvendo a participação de outros órgãos membros da Comissão, como a Marinha do Brasil, que realiza as coberturas dos eixos das embarcações que causam os acidentes; e representantes da Secretaria de Estado de Assistência Social, Santa Casa, Conselho Regional de Psicologia e ONg Voluntários do Pará, que estão desenvolvendo palestras nas escolas municipais, reunião ampliada com a rede de proteção social e atividades de prevenção em embarcações e comunidades ribeirinhas.
“O principal objetivo é fortalecer o trabalho de prevenção aos acidentes de motor, como por exemplo, o escalpelamento, tudo com mais envolvimento do poder público local e sociedade civil através da implantação do comitê municipal de Enfrentamento aos acidentes de motor com escalpelamento”, informa Eliane Miranda, técnica da Diretoria de Políticas de Atenção Integral à Saúde (Dpais) da Sespa.
ReuniãoEm Cametá, as agendas nesta quarta-feira (9) envolveram palestras na Escola Manoel Raimundo, na localidade Janua Coelis, e no barracão comunitário, na localidade Joroca de Baixo. Nesta quinta-feira (10), a palestra ocorrerá no barracão comunitário da localidade Paruru de Baixo. Na sexta-feira (11), a palestra acontecerá na Escola Tabatinga de Baixo, na localidade Tabatinga.
Diariamente, pela manhã e à tarde, os membros da Comissão estão fazendo ações de prevenção nos portos da cidade e demais locais com grande circulação de pessoas em deslocamento, com distribuição de cartazes para as embarcações e folders para ampla distribuição entre a população.
“Hoje foi realizada uma reunião ampliada que contou a participação de representantes das secretarias municipais de assistência social, de meio ambiente, de educação e de Saúde, Hospital Regional, Pastoral da Criança, Conselho Tutelar, Centro Regional de Saúde, secretaria de educação entre outros órgãos, que discutiram a rede de proteção de garantia de direitos a essa vítima do escalpelamento.
Mulheres e crianças são as maiores vítimas e geralmente ficam com graves sequelas físicas e psicológicas. Grande parte das vítimas é oriunda de 42 municípios localizados entre o Arquipélago do Marajó e do oeste paraense. No ano passado, o Pará registrou 16 casos e, em 2022, outros dois só no mês de janeiro.
A maior parte dessas vítimas é de ribeirinhos, que têm no barco seu principal meio de transporte. As orientações são para hábitos que podem salvar vidas, como fazer um ‘pitozinho’ no cabelo, usando de uma linguagem que o povo compreenda de imediato.
No campo preventivo, a Sespa vem se empenhando em combater o escalpelamento por meio das ações da Comissão Estadual de Erradicação dos Acidentes com Escalpelamento, que já promoveu, entre outras atividades, a ação de cobertura de carenagens, feita pelos militares da Capitania dos Portos, responsável pelas ações de segurança naval nos rios do Pará, das quais destaca-se a colocação de proteção no eixo do motor, procedimento feito em parceria com a Sespa e que desde 2009, por meio de lei federal, tornou-se obrigatório.