Conforme previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Elétricos (Anfavea), até 2035, 62% da frota de veículos no país poderá ser de automóveis elétricos. Com isso, ao invés dos postos de combustíveis, o foco de abastecimento passa a ser por meio de um carregador instalado em casa, ou nos condomínios residenciais.
Entretanto, mesmo com o mercado de elétricos crescendo, assim como o imobiliário, este ainda não está preparado para receber os pontos de carregamento. Segundo um estudo divulgado pelo Centro de Estudos da Metrópole (CEM), só na cidade de São Paulo, o número de prédios já ultrapassou o de casas , e a verticalização deve continuar crescendo nos próximos anos.
Para Ricardo David, sócio fundador da Elev, empresa que oferece soluções para o ecossistema de mobilidade elétrica , o que poucos sabem é que é possível realizar as alterações necessárias no condomínio sem que haja muito gasto. Dessa forma, o planejamento é a parte mais importante, e alguns condomínios precisam pensar em como melhorar a eficiência energética para atender a essa demanda. Ouça mais detalhes a seguir.
“Esse debate gera inúmeras dúvidas nos moradores, como quem pagará essa conta, se isso impacta no valor do condomínio e sobre as obras que precisam ser realizadas”, comenta David.
Ele continua dizendo que “todos esses temas são problemas reais, mas é possível traçar um plano diretor com uma solução de fácil implantação de apenas algumas vagas com esse ponto de carregamento. E, conforme a administração do prédio vai sentindo necessidade, outros aparelhos podem ser instalados”, explica.
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Mas o executivo ressalta que o carregador passa de um extra, a item essencial de valorização do imóvel. “Em 2020, houve um aumento em 60% na venda de carros elétricos e híbridos no Brasil e isso deve perdurar nos próximos anos e os condomínios que se preparam agora para isso”, defende.
Na Europa, China e, mais recentemente, nos Estados Unidos, estão sendo implantadas medidas públicas que buscam trazer mais incentivos ao segmento. Em São Paulo, o governo do Estado já decretou a diminuição da alíquota do ICMS para o desenvolvimento do segmento a partir de 2022.
Como faz para ter um carregador no condomínio
Não é tão simples ter um carregador para carro elétrico em casa. Quem mora em condomínio vai precisar de um projeto e enviá-lo para administração do prédio com alguns detalhes, entre os quais um medidor individual de consumo. Também existe a necessidade de uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica), como em toda obra.
Os procedimentos para a instalação começam com o próprio síndico, que precisa entender a demanda que há no prédio. Depois disso, é preciso uma avaliação técnica com relação a infraestrutura que o condomínio tem para receber esse carregador. Por último, é preciso entender os pontos legais administrativos do condomínio e aí sim começa de fato o projeto.
O valor de um carregador doméstico varia entre R$ 6.700 e R$ 15.200, dependendo do modelo e da potência do aparelho. A instalação precisa ser feita por profissionais especializados e requer algumas horas para ser feita. De qualquer forma, trata-se de algo que vai passar a ser rotineiro em boa parte das residências no Brasil.