O presidente da CPI das ONGs, senador Plínio Valério (PSDB-AM), fez um balanço das atividades do colegiado até o momento. O senador afirmou ter recebido denúncias estarrecedoras sobre a irregularidades na atuação de organizações não governamentais. A CPI parte agora para a segunda fase dos trabalhos, onde dirigentes de ONGs serão ouvidos e diligências serão realizadas em municípios e comunidades indígenas. “A primeira etapa da CPI foi trazer os indígenas, lideranças indígenas ou caciques indígenas para mostrar o lado ou a face da outra moeda, que é exatamente o contrário da narrativa das ONGs”, disse.
Plínio Valério apontou a recorrência de citações ao Instituto Socioambiental (ISA) e à Fundação Amazônia Sustentável (FAS), além de críticas à atuação do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) no controle da área ambiental do país.
“O ISA aparece em todos os depoimentos e sempre aparece como vilão, como enganador […], que tem no seu quadro pessoas importantes em cargos-chave, que se licenciam do ISA para ir exercer cargo público”, pontuou.
O senador também questionou a demanda por demarcação de terras indígenas em Autazes (AM), uma região rica em potássio, e afirmou que “plantaram índios” para obstruir a exploração mineral da área. Ele ainda criticou a resposta do Ministério de Relações Exteriores à solicitação de informações sobre os convênios internacionais em projetos na Amazônia.
“O ministério afirmou que o Estado brasileiro não tem qualquer conhecimento ou controle sobre as relações estabelecidas entre ONGs no Brasil e entes privados e estatais estrangeiras. É uma trágica constatação de que o Itamaraty omitiu informações. Eles têm sim, eles têm essa informação, até porque nós temos muitas informações da Abin [Agência Brasileira de Inteligência]”, disse.
O presidente do colegiado ainda confirmou a realização de sessão da CPI em São Gabriel da Cachoeira (AM), município que classificou como o “mais rico do planeta e com a população mais pobre”
“Já está confirmado, nós confirmamos, estamos na parte da logística, uma sessão da CPI no Município de São Gabriel da Cachoeira, no alto do Rio Negro. Exatamente aquele que todo mundo fala. É aquela área lá, é a área do nióbio, do ouro, do diamante. É a área, é a região, o município mais rico do planeta. Coincidentemente, a maioria, quase que toda a população, é indígena. Por isso é que a gente tem interesse naquela área e foi onde o Instituto Socioambiental trabalhou por muitos anos, não permitindo que aquele povo se desenvolvesse, tivesse o que nós queremos ter, o que ficou patente aqui”, afirmou Plínio.