Recentemente, o Amazonas e outras partes do Brasil têm experimentado um aumento preocupante de casos de ataques em escolas. Tais incidentes podem ocasionar várias e graves consequências para os alunos e funcionários em geral. Já podemos somar 16 ataques a colégios nas últimas duas décadas, cinco só nos últimos doze meses, de acordo com o Instituto Sou da Paz, sem contar com o desta semana, que vitimou a professora de 71 anos Elizabeth Tenreiro em São Paulo.
O fato motivou o parlamentar Luis Mitoso a pedir urgência na tramitação da Casa Legislativa de duas indicações de sua autoria, onde trata do plano específico de segurança para as escolas e creches da capital e do Amazonas. “É necessário a implementação em regime de urgência de um plano específico visando definir uma política de segurança escolar utilizando o quadro de servidores da Guarda Municipal e servidores da Polícia Militar a respectiva escala de serviço para atender essas unidades educacionais do município e do estado. Isso ajudará de sobremaneira na prevenção de ataques terroristas nas nossas escolas”, disse no plenário o vereador.
Em Manaus, recentemente uma frase deixada por um aluno no banheiro de uma escola particular localizada na zona oeste de Manaus, deixou pais de alunos apavorados. A pichação com a ameaça: “vou matar todo mundo, não venham”, ao lado da data “17/03/2023”, fez com que a direção da escola acionasse a polícia.
Estatísticas apontam que o Brasil é o 1º no ranking global de agressão a educadoras e educadores, as constantes ameaças e agressões verbais, gera medo e desconforto nos professores em ministrar as aulas, contudo eles permanecem com esperança que com os trabalhos desenvolvidos por eles e um investimento maior por parte do governo na segurança, monitoramento e educação, o cenário atual pode ser outro. A professora Johmara Santos, leciona há mais de 10 anos, na zona Sul e Leste de Manaus e relata sobre o medo quando está na escola.
“A escola é o ambiente em que formamos cidadãos livres e pensantes. Mas não me sinto segura, nossas escolas são um reflexo da nossa sociedade, e nossos alunos são frutos de uma sociedade que se apresenta cada dia mais violenta, seja em razão das desigualdades sociais que atingem boa parte dos nossos jovens e adolescentes, do sentimento e busca destes por pertencimento, da ausência dos pais na educação e na vida de seus filhos, (pois estes precisam trabalhar). São muitos fatores que não fazem da escola um ambiente seguro”.
A professora diz ainda que o estado, família e escola devem caminhar juntos em busca de melhorias, para tornar as escolas um ambiente de acolhimento e respeito. “A escola deve ser um ambiente humanizado, mais que alcançar índices e preparar os discentes para os exames, deve preparar os alunos para vida. Nós docentes devemos ouvi-los, encorajá-los, reforçando o potencial que eles têm. Quanto ao estado, devem promover espaços de lazer e atividades esportivas que gerem redes de cooperação e solidariedade, e claro, coibir qualquer política de armamento da população”, finaliza Johmara.
Assim como no país todo, a capital do Amazonas também está em alerta, com isso o portal procurou a Delegacia Especializada em Apuração de Atos Infracionais (DEAAI), localizada na Avenida Pedro Teixeira, bairro Chapada. Que através de nota, esclarece que todas as principais procedências a serem tomadas em caso de atentados violentos a escolas em especial comentidos por adolescentes devem ser denunciadas formalmente.
-Qualquer situação de ameaça deve ser registrado um Boletim de Ocorrência. Se tratando de adolescentes, como suposto autor, tal registro é feito nesta especializada, se o adolescente estiver na escola, alterado e com algum instrumento que ameace a vida de outros, deve-se chamar a Polícia Militar (PM).
Normalmente, os casos de ataques ou ameaças são associados ao bullying, e há uma situação de vitimização por um grande período de tempo, acirrada por outras questões, como as relações que o indivíduo estabelece com a família, com pais negligentes, autoritários, ciúmes ou rixa com algum colega de classe.
As autoridades locais e os responsáveis pela educação devem trabalhar juntos para garantir que as escolas sejam seguras para os alunos e funcionários, implementando treinamentos de segurança para a equipe, criando políticas de prevenção e identificação de sinais de alerta e fornecendo apoio adequado aos alunos que enfrentam dificuldades emocionais e comportamentais.
É crucial que a sociedade como um todo reconheça a importância de prevenir a violência nas escolas e trabalhe em conjunto para criar um ambiente seguro e saudável para os alunos aprenderem e crescerem como cidadãos de bem.
Por Karleandria Araújo.