Foto: MICHAEL DANTAS / AFP

A histórica estiagem que assola o estado do Amazonas está tendo um impacto diário severo na economia local. A falta de chuvas dificulta o transporte de insumos tanto para a região quanto para outras localidades. Consequentemente, cerca de 35 empresas da Zona Franca de Manaus se veem obrigadas a conceder férias coletivas a aproximadamente 17 mil trabalhadores.

Desde o início de outubro, a navegação de navios que transportam matérias-primas para a produção de mercadorias na Zona Franca de Manaus (ZFM) está suspensa devido ao nível crítico dos rios no estado, de acordo com a Associação Brasileira dos Armadores de Cabotagem (Abac).

O economista Altamir Cordeiro descreve os principais impactos financeiros resultantes das férias coletivas nas empresas da Zona Franca de Manaus. A motivação primordial é a redução dos custos operacionais devido à escassez de insumos e à interrupção das operações de fabricação.

“Tradicionalmente, as férias coletivas no Polo Industrial de Manaus ocorrem em dezembro. No entanto, este ano, devido à vazante recorde dos rios que prejudica o transporte de cargas e insumos, algumas empresas, especialmente do setor eletro-eletrônico, optaram por antecipar as férias de seus colaboradores. Essas férias terão início em 25 de outubro e se estenderão até 14 de novembro, quando espera-se que as condições de navegação melhorem”, explicou o economista.

O especialista reconhece que essa pausa temporária é desfavorável, mas necessária, considerando a situação atual. Ele destaca que as paralisações de empresas devido à falta de insumos e as férias antecipadas também afetam indiretamente outras empresas que fornecem serviços e produtos. Embora não seja uma situação ideal, é crucial diante da recorrência desses fenômenos naturais, exigindo planejamento futuro para evitar problemas mais graves.

Altamir Cordeiro ressalta que regiões sujeitas anualmente a eventos naturais como cheias e vazantes dos rios devem adotar um planejamento de longo prazo para mitigar os impactos econômicos.

“A ocorrência dos fenômenos naturais de enchente e vazante é uma realidade anual, variando em gravidade. Portanto, as empresas precisam se preparar adequadamente, antecipando as possíveis consequências que podem prejudicar suas operações”, concluiu o economista.

Para enfrentar a situação, os ministros das pastas de Transportes e Portos e Aeroportos, Renan Filho e Silvio Costa Filho, assinaram a ordem de serviço para a dragagem dos rios, com o objetivo de combater o risco de desabastecimento da população local e reduzir os impactos econômicos da seca registrada. Os trabalhos de dragagem nos rios do Amazonas começaram na última terça-feira, 17 de outubro.

Com a dragagem dos rios em andamento, o estado do Amazonas busca enfrentar os desafios impostos pela histórica estiagem. Esta medida é essencial para garantir o abastecimento da população local e mitigar os impactos econômicos da seca, que afetou as operações de empresas na Zona Franca de Manaus. A antecipação das férias coletivas, embora não seja ideal, representa uma resposta necessária diante dessas circunstâncias climáticas recorrentes.

O economista Altamir Cordeiro ressalta a importância do planejamento a longo prazo para enfrentar os fenômenos naturais de enchente e vazante que afetam anualmente o estado. Essa visão estratégica é crucial para empresas e autoridades locais, visando à redução de prejuízos e ao fortalecimento da resiliência econômica da região.

À medida que as operações de dragagem prosseguem e o planejamento a longo prazo é aprimorado, a esperança é que o estado do Amazonas esteja mais bem preparado para enfrentar futuras estiagens e garantir um ambiente econômico mais estável e robusto para seus habitantes e empresas.