O Rio Negro, um dos principais rios amazônicos, atingiu o seu nível mais baixo da história, e continua baixando, causando preocupação tanto para as autoridades locais quanto para a população de Manaus, capital do Amazonas. Na manhã desta terça-feira, 17, o rio registrou apenas 13,49 metros, dez centímetros a menos do que na manhã anterior. Essa marca representa o nível mais baixo em 121 anos de monitoramento.
A seca deste ano tem sido a pior já registrada no Estado, e mesmo as chuvas esparsas que têm ocorrido não têm sido suficientes para reverter a situação. Embora as chuvas já tenham melhorado a qualidade do ar na capital, elas não têm sido capazes de impedir a queda no nível dos mananciais. O monitoramento diário realizado pelo porto de Manaus revela uma queda constante no nível do Rio Negro.
A medição dos últimos dias mostra uma intensa queda no nível do Rio Negro. No último dia 10, por exemplo, o rio estava a 14,29 metros, o que significa uma queda de 80 centímetros em apenas uma semana. A previsão é que as chuvas abundantes só ocorram no final do mês de outubro, o que pode prolongar ainda mais a situação crítica.
Embora as chuvas recentes tenham trazido um alívio para as queimadas no Estado, ainda há muito trabalho pela frente. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o número de focos de incêndio no Estado deu uma significativa diminuição, caindo de 1.978 focos entre os dias 2 e 8 de outubro, para 856 focos entre os dias 9 e 15. Na última segunda-feira, foram registrados apenas 11 focos de queimadas no Estado.
A qualidade do ar em Manaus também tem apresentado melhoras significativas. Após ter sido classificado como um dos piores lugares do mundo para se respirar devido à fumaça das queimadas, o ar da capital amazonense agora está classificado como “moderado” e “bom” em algumas regiões, de acordo com o monitoramento de qualidade do ar realizado pelo World’s Air Pollution.
A expectativa é que, com a chegada das chuvas mais intensas no final do mês, a situação do Rio Negro comece a se reverter. No entanto, a população e as autoridades devem continuar atentas e adotar medidas de preservação e conscientização, a fim de evitar danos ainda maiores aos recursos naturais da região.
Uma seca tão histórica como essa tem consequências graves para a região. Além da escassez de água, a seca afeta o ecossistema da Amazônia, prejudicando a fauna e a flora locais e aumentando os riscos de incêndios florestais. Além disso, a falta de chuvas também pode afetar a geração de energia elétrica por meio das hidrelétricas, o abastecimento de água para a população e a navegação fluvial na região.