Um dos parlamentares mais atuantes do Amazonas, o senador Plínio Valério (PSDB), em entrevista exclusiva, afirma suas convicções políticas partidárias e polêmicas. Um dos pontos a ser colocados foram as emendas enviadas ao povo do interior, dois projetos de lei aprovados a autonomia do Banco Central e sobre a Violência contra as Mulheres nas escolas. Todas as emblemáticas da BR-319, Zona Franca de Manaus, CPI das ONGs, taxação de grandes fortunas, PSDB e o não apoio ao Arthur Virgílio Neto.

Ainda reservado para o seu próprio mandato como senador, Plínio diz ter recebido bastante apoio como candidato ao governo do Estado, tanto no interior como na capital. “Ainda pretendo estar na luta pelo Amazonas mas no senado federal. Tenho mais cinco anos para desenvolver novos projetos de desenvolvimento econômico, tecnológico e emendas para o meu estado. Vou continuar brigando, mesmo nas questões incompreendidas por quem mora longe da Amazônia. Quem é do Amazonas sabe do que estou falando e entende minhas brigas”, afirma o senador.

Com história política pelo PSDB, tem como colega de partido Arthur Virgílio Neto, que está participando das prévias como candidato a presidência do Brasil. Plínio afirma ser favorável a candidatura de Tasso Genro (PSDB). “Não estou apoiando o Arthur Virgílio na prévia, meu candidato é o Tarso. Nada contra o Arthur, porque eu entendo que neste momento o país precisa de políticos que tenham experiência. Não é hora do novo, não é hora de arriscar e de gritar. É hora de conduzir e vejo o Tarso como alguém que conduzirá bem toda situação que passamos”.

É afirmado, pelo senador Plínio, que o Arthur Virgílio está numa executiva provisória “Foi prorrogada agora, para poder dar o golpe no João Doria, ele queria fazer uma eleição para tirar o Bruno, e então prorrogamos todos. O PSDB aqui o Arthur levou o vice-governador e o PSDB está agora nas páginas como réu, nós não precisávamos disso. Quando eu saí da executiva regional perguntavam “É mais largou no mesmo dia que o Arthur anunciou o vice-governador ? Eu disse: é coincidência, só não quero participar disso, o Arthur tem o direito dele, mas não vou participar. Só tenho uma história a zelar.”

O senador destaca que seja qual for o candidato, pelo PSDB, terá dificuldade no Amazonas. Isso devido as antigas guerras fiscais em São Paulo com a Zona Franca de Manaus, os paulistas são conhecidos como nosso inimigos, como foi o caso do José Serra e Geraldo Alckmin que tiveram poucos votos no Amazonas. A outra dificuldade é que o PSDB é pequeno perto de outros partidos e teremos que enfrentar um público forte, razoável e participativo bolsonarista.

Um dos conflitos entre a liberação da construção da BR-319 é em relação a ONGs, Ministério Público Federal (MPF) e Ibama E confirma que o problema maior é com o brasileiro mal informado, a maioria pensa ser apenas um problema ambiental, e vai na onda de mal informações, é uma total hipocrisia.

“Acredito que teremos a obra total da BR-319, os empecilhos por parte do MPF continuarão, mas acredito que venceremos essa luta. Acreditei que após todo o triste episódio da falta de oxigênio em nosso estado houvesse sensibilidade por parte desses gestores, pela falta que a estrada BR-319 faz para nosso estado e região. Nós precisamos ter esse direito, porque nós não temos esse direito ? É uma questão de dignidade”, defendeu o senador.

A CPI das ONGs, que está no aguardo para ser instalada, o senador diz que mais de 500 milhões foram para duas ONGs no país. A taxação das grandes fortunas dos ricos no país é uma das pautas levantadas pelo senador e que tem contado com a reação positiva da população e do parlamento. Uma das propostas fiscais para “distribuir a conta da crise econômica” é o imposto às grandes fortunasEssas políticas já foram implementadas e abandonadas por uma dezena de países – como França e Alemanha – mas sempre voltam ao debate em períodos de crise, como é o caso do Brasil.

O podcast da Amazonia Press com o senador Plínio Valério: https://youtu.be/LvagiZxaSuE

Foto: Francisco Araújo