Produzir mel, gerar renda e conservar a floresta amazônica são objetivos do projeto Mel da Amazônia, que beneficia 40 famílias em seis comunidades do interior do AM.
A criação de abelhas tem mudado a rotina de agricultores familiares do município de Itapiranga, no interior do Amazonas, a 339 km de distância da capital. Através do incentivo ao manejo sustentável, as comunidades passaram a enxergar os insetos como aliados importantes na geração de renda, melhoria da qualidade de vida no campo e, ainda, peça fundamental para conservar a floresta.
O sucesso da atividade na região está ligado à implementação do projeto Mel da Amazônia, liderado pela Associação de Promotores da Atividade de Meliponicultura do Estado do Amazonas, Instituto Iraquara e Fundação Amazônia Sustentável (FAS), com apoio do Fundo Amazônia/BNDES.
Para fomentar a meliponicultura, a iniciativa realizou a entrega de 400 colmeias, financiou a aquisição de equipamentos e forneceu assistência técnica aos produtores.
Ao todo, 40 famílias são beneficiadas pelo projeto, que abrange as comunidades ribeirinhas São José da Enseada, Terra Nova, Santa Maria do Madrubá, Paraguai, Ilha Grande e Novo Horizonte, localizadas no entorno da Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) do Uatumã.
Benefícios
A cadeia produtiva da meliponicultura compreende o uso de técnicas sustentáveis de manejo de abelhas nativas sem ferrão para a produção do mel e seus derivados, como o pólen e o própolis, além do beneficiamento do produto e sua comercialização.
A importância da produção não está só no potencial de geração de renda e melhoria da qualidade de vida dos produtores.
A meliponicultura também se destaca como uma alternativa econômica sustentável ao desmatamento, pois o agricultor não precisa derrubar árvores para obtenção do produto, mas até plantar mais para oferecer áreas nativas como pasto (local de alimentação) para as abelhas. Dessa forma, a prática se torna uma reação em cadeia para a conservação do ambiente.
Além disso, proteger a diversidade de espécies de abelhas sem ferrão é imprescindível para a manutenção da floresta amazônica, pois elas são as grandes responsáveis pela polinização de árvores nativas.
Plataforma de Soluções
O projeto Mel da Amazônia é considerado uma solução inovadora para Amazônia e, por isso, toda a pesquisa foi registrada na Plataforma de Soluções Sustentáveis da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da Amazônia (SDSN Amazônia), um canal de difusão de novas tecnologias, modelos de negócios e políticas que tenham impacto transformador na região.
Essa plataforma online, georreferenciada e trilíngue (português, espanhol e inglês) divulga iniciativas encabeçadas por universidades, centros de pesquisa, fundações, organizações da sociedade civil, entre outras instituições da Bacia Amazônica, que são parceiras ou membros da rede.
Mais de 160 soluções na fase de implementação ou implementadas estão cadastradas na plataforma, ao alcance de todos. A ferramenta pode ser acessada através do link: maps.sdsn-amazonia.org.
Foto e Fonte: Divulgação/SDSN