Rita Lee sempre esteve a frente ao tempo. A eterna rainha do rock nacional até mesmo previu como seriam as notícias e a reação do público ao saber da sua morte. Rita morreu na manhã desta terça-feira (9).
Em seu primeiro livro autobiográfico, Rita escreveu como achava que seria a reação do público.
“Quando eu morrer, posso imaginar as palavras de carinho de quem me detesta. Algumas rádios tocarão minhas músicas sem cobrar jabá, colegas dirão que farei falta no mundo da música, quem sabe até deem meu nome para uma rua sem saída. Os fãs, esses sinceros, empunharão capas dos meus discos e entoarão “‘Ovelha negra”, as TVs já devem ter na manga um resumo da minha trajetória para exibir no telejornal do dia e uma notinha no obituário de algumas revistas há de sair. Nas redes virtuais, alguns dirão: “Ué, pensei que a véia já tivesse morrido, Kkk”. Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los. Enquanto isso, estarei eu de alma presente no céu tocando minha autoharp e cantando para Deus: “Thank vou Lord, finally sedated”** Epitáfio: Ela nunca foi um bom exemplo, mas era gente boa.”
Os últimos anos de vida de Rita Lee foram vividos ao lado do marido, Roberto de Carvalho, isolada em um sítio em São Paulo. Ela deixa o companheiro e mais três filhos.
O velório será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, na quarta-feira, dia 10, das 10h às 17h. De acordo com a vontade de Rita, seu corpo será cremado. A cerimônia será particular.