Suamy Beydoun/Agif - Agência de Fotografia/Estadão Conteúdo (19.out.2023)

Com o atraso e a fraca intensidade das chuvas na região Norte, provocados pelo fenômeno El Niño, grande parte dos rios da Bacia do Amazonas mantém a tendência de queda. Novas mínimas históricas foram registradas nesta terça-feira (24) nos rios Solimões, Negro e Amazonas, segundo dados do 44º Boletim de Monitoramento Hidrológico divulgado pelo Serviço Geológico do Brasil (SGB). Em diversas estações, as cotas já superaram as marcas observadas em 2010, a última grande seca prolongada na Amazônia.

O rio Negro, em Manaus (AM), reduziu 40 centímetros em relação à medição apresentada no boletim anterior, divulgado na quinta-feira (19), e atingiu a cota de 12,89 metros – o menor nível desde 1902. De acordo com o SGB, o rio apresenta uma descida média diária de 10 centímetros.

Em Manacapuru (AM), o rio Solimões registrou a nova mínima histórica de 3,25 metros. A cota é 36 centímetros menor do que a observada na quinta. O monitoramento indica que o rio registra recessão média diária de 7 centímetros. Já na estação de Tabatinga (AM), o rio está em processo de subida, com média diária de elevação de 25 centímetros. A cota atual é de 1,04 metro. As projeções mostram que a elevação em Tabatinga influenciará nas estações de Manacapuru e Manaus nas próximas semanas.

Cotas mínimas históricas também foram medidas em estações do rio Amazonas. Em Itacoatiara (AM), o nível desceu 36 centímetros entre quinta e terça, e alcançou a marca histórica de 54 centímetros. Já em Óbidos (PA), o rio registrou a cota negativa de 42 centímetros.

No município de Parintins (AM), o nível foi de – 2,12 metros, superando a cota mínima de – 1,86 metro observada em 2010. A estação de Almeirim (PA) também registrou a mínima histórica de 1,95 metro. O menor nível registrado anteriormente foi 2,24 metros em 2015.