Foto: Dibulgação

Em Manaus, o Rio Negro atingiu a marca dos 28,01 metros nesta quinta-feira (14) igualando-se a cota de transbordamento registrada no ano passado. De acordo com os dados fornecidos pelo site do Porto de Manaus, responsável pelo monitoramento diário, o nível da água permanece instável nos últimos dias. No ano passado, a capital amazonense alcançou o maior índice da história atingindo a marca dos 30,02 metros desde o início dos registros, em 1902.

A preocupação de quem passou por transtornos e prejuízos traz à tona a sensação de impotência e medo. Os lojistas e moradores temem que a água invada novamente seus estabelecimentos e residências, como é o caso da moradora Francileide Arruda que ao longo dos anos já presenciou algumas enchentes no município. “Minha casa foi construída em 2012, já em época de cheia e agora teremos que fazer o segundo piso, dentro de casa para continuarmos aqui, ninguém tem condições de sair e pagar aluguel”, declarou.

A enchente histórica é a maior em 120 anos do monitoramento hidrológico, que teve início em 1902 na capital amazonense. Esse fenômeno da cheia é causado pelo alto volume de chuvas nos primeiros meses de 2022.

De acordo com o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), espera-se um efeito mais clássico do La Niña, ou seja, deve haver estiagem no extremo Sul do Brasil, mais precisamente no Rio Grande do Sul. Por outro lado, as chuvas devem ser acima da média histórica, em boa parte das regiões Norte e Nordeste.

É o que se observa em janeiro de 2022, quando as regiões Norte e Nordeste terão chuvas na média ou acima da média histórica. O mesmo é esperado para São Paulo, Mato Grosso do Sul e a maior parte da região Sul. O norte da Amazônia e a região central e sul do Nordeste, terão registros de chuva acima da média.

No mês de março, o mapa de previsão indicava muita chuva na maior parte do Brasil. O norte da Amazônia e a região central e sul do Nordeste, terão registros de chuva acima da média. Todavia, a área mais ao sul do Mato Grosso do Sul e toda a região Sul deverão receber chuvas abaixo da média. 

Observe, no mapa abaixo as previsões:

Fonte: ECMWF. Elaboração: Lapis.

Maiores cheias do Rio Negro

  • 2021 – 30,02 m
  • 2012 – 29,97 m
  • 2009 – 29,77 m
  • 1953 – 29,69 m
  • 2015 – 29,66 m
  • 1976 – 29,61 m
  • 2014 – 29,50 m
  • 1989 – 29,42 m
  • 2019 – 29,42 m
  • 1922 – 29,35 m
  • 2013 – 29,33 m