SÃO PAULO, SP E PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – O rio Guaíba ultrapassou a marca de 4,5 metros no Cais Mauá na manhã desta sexta-feira (3) em Porto Alegre. O vazamento de água por bueiros e bocas de lobo interditou as principais vias de acesso ao Centro Histórico e várias ruas ao longo da orla da cidade.

O transbordamento do Guaíba também afetou a casa de bombas da avenida Mauá, que está jorrando água e fechando trechos próximos ao cais e a sede do Tribunal de Contas do Estado (TCE-RS).

A Rodoviária de Porto Alegre está parcialmente inundada. Lojas e restaurantes foram alagados, assim como a área de espera de passageiros. A Guarda Municipal fechou sua base na orla do Guaíba, e terá patrulha preventiva até a normalização.

Um abrigo instalado na Casa dos Correios, no bairro Ponta Grossa, também precisou ser desativado devido ao avanço das águas. As pessoas que estavam no local foram transferidas para uma escola municipal. Ao todo, 418 pessoas estão em abrigos temporários na cidade.

Este é o maior nível desde 1941, a maior enchente da história da cidade, quando o Guaíba atingiu 4,76 metros. O nível de alerta para a região do centro histórico é de 2,5 metros, sendo 3 metros para inundação.

Até o momento, a região das ilhas é a mais afetada, pois a inundação nesta região ocorre após o nível do rio atingir 2,2 m. Moradores da região foram resgatados durante toda a madrugada por botes. Eles foram levados para abrigos municipais.

A Prefeitura de Porto Alegre decretou estado de calamidade pública no município na noite de quinta, após a classificação do desastre provocado pelas fortes chuvas como de grande intensidade.

A Defesa Civil do município divulgou um novo alerta, indicando a possibilidade de continuidade das chuvas extremas até o meio-dia de segunda-feira (6).

A Polícia Rodoviária Federal informou que a ponte do vão móvel está bloqueada nos dois sentidos devido a alagamento.

“Teremos a elevação do Guaíba num patamar que nunca vimos e vamos precisar que as pessoas se coloquem em situação de segurança”, alertou o governador Eduardo Leite (PSDB) nesta quinta.

Segundo Leite, considerando as previsões de chuva intensa dos próximos dias, o evento meteorológico em curso será, possivelmente, a maior tragédia ambiental da história do Rio Grande do Sul.

As fortes chuvas que atingem o estado deixaram ao menos 31 mortos desde segunda-feira (29), 74 desaparecidos, 56 feridos e quase 24 mil pessoas fora de suas casas. Os alagamentos arrastaram construções e isolaram moradores.

Segundo a Defesa Civil, pelo menos 4.600 pessoas já foram resgatadas no estado, encaminhadas para atendimento médico ou para abrigos públicos.