Num país onde as manchetes frequentemente mostram o avanço do desmatamento, o Rio de Janeiro surge como uma exceção positiva. Um levantamento recente revelou que, nos últimos 39 anos, o estado foi o único a registrar crescimento de área florestal. Esse ganho verde está diretamente ligado a iniciativas de recuperação da Mata Atlântica, que recobria o território carioca e hoje se recompõe graças a políticas ambientais consistentes. A criação de unidades de conservação e ações de reflorestamento voltadas para áreas de encostas e margens de rios foram algumas das iniciativas que permitiram essa reversão. Além disso, projetos de restauração em áreas degradadas e a atuação de ONGs e organizações locais reforçaram a recuperação de espécies nativas e de solo. Para especialistas, essa recuperação é um marco na luta contra a perda da biodiversidade, um benefício direto para o ecossistema e a saúde humana.
Estudos indicam que a expansão das áreas verdes no Rio contribui para a redução de ilhas de calor e melhora a qualidade do ar. Em tempos de crise climática, as florestas urbanas ajudam a reduzir o impacto das temperaturas extremas, fenômeno cada vez mais comum nas cidades. Esse ganho não é apenas ambiental, mas também social, pois áreas verdes próximas aos centros urbanos promovem maior bem-estar e ampliam o acesso a espaços de lazer. Esse modelo fluminense de conservação pode servir de inspiração para outras regiões do país. A Amazônia e o Cerrado enfrentam desafios imensos com o avanço do desmatamento, e a implementação de políticas de recuperação poderia contribuir para frear essa devastação. O Rio de Janeiro prova que, com esforço coletivo, a preservação ambiental é possível — e os benefícios, múltiplos e duradouros.