O ator Reynaldo Gianecchini, 49 anos, voltou a falar sobre sexualidade nesta quarta-feira (31/8), durante entrevista ao Flow Podcast, apresentado por Igor Coelho.
Durante o bate-papo, Reynaldo Gianecchini fez uma crítica aos padrões impostos pela sociedade. Ele disse que foi corajoso em “sair de uma gaveta” e afirmou que o Brasil é um país de pessoas “reprimidas”.
“Você tem que olhar sua sexualidade com uma lupa. As pessoas tratam isso como um ‘oba, oba’, na brincadeira, como ‘Olha a cabeleira do Zezé, será que ele é?’. E não é isso. Existem muitas nuances e pouca gente fluida na sua sexualidade. Acho que a gente é um país de pessoas reprimidas. Quem quiser concordar comigo ou não, mas na minha percepção, eu acho isso. Acho que isso é um grande problema da humanidade você ser reprimido. Tudo que reprime aqui, a conta lá na frente vem, de uma forma distorcida, e não tão fluida”, disse o ator.
Em uma busca rápida na internet, o apresentador Igor Coelho observou que a maioria dos resultados são referentes à orientação sexual de Gianecchini.
“Só sai sexualidade…”, interrompeu o ator. “Eu não me importo de falar sobre sexualidade, mas, na verdade, não há mais o que falar. Já falei milhões de vezes, mas se precisar falar mais vezes, eu bato na mesma tecla, que é isso: um exercício de todo mundo olhar para si. Parar de olhar para o dos outros. Eu não acredito muito nessas gavetas que foram convencionadas. Acredito que cada um tem a sua sexualidade, que pode ser diferente. A minha, eu precisei fazer esse exercício. A vida foi me levando, e acho que eu fui corajoso de sair de uma gaveta. Eu acho interessante quebrar esse castelinho. Porque o seu ser está querendo se expressar fora do que todo mundo espera de você, fora dessas convenções sociais”, completou.
Ele continuou falando sobre se permitir viver novas experiências e descobertas, o que requer coragem.
“Tem gente que não sabe nem qual é o seu real desejo. Às vezes é tão imposto, que você não sabe exatamente. Eu, quando sai de casa, no interior, queria entender se eu gosto mesmo de arroz e feijão, carne e batata frita, ou se aquilo foi me apresentado e eu comprei como: é isso que temos. Eu sou muito curioso e acho engraçado quem não é. Digo: ‘Jura que você quer passar por essa vida, que é tão rápida, e não quer testar as coisas? Não quer ver o que tem ali?’ Eu quero testar paladares, viver experiências. Testar coisas que têm a ver com o seu desejo, dentro da sua curiosidade. Eu tenho feito isso, mas requer muita coragem”, disse.
Relacionamento com Marília Gabriela
Gianecchini falou também sobre os boatos de que era gay na época em que esteve casado com a apresentadora Marília Gabriela, 74 anos.
“Já tinham falado horrores de mim (sobre minha sexualidade), antes de eu fazer. Quando eu era casado com a Marília, eu tinha um casamento mais fofo que você possa imaginar. Fiquei casado por quase nove anos, em uma relação vivida e pensada a dois, com muito prazer, inclusive, sexualmente. E já falavam horrores de mim naquela época. Vários boatos”, relembrou.
Reynaldo Gianecchini e Marília Gabriela se conheceram em 1998, durante a Copa do Mundo na França, e ficaram juntos até 2006.
“Uma das coisas que mais me fez me apaixonar pela Marília… Ela é muito f**a, mas assim, em vários aspectos, ela é muito f**a. Claro que eu já conhecia a jornalista e mulher inteligente e f**a que ela é. Mas no nosso primeiro encontro da vida, eu morava fora do país, de repente, foi uma porta que se abriu”, disse, sobre o primeiro encontro dos dois em um hotel.
“Na hora, eu só pensei: que momento especial. Mas eu nem achava que seria um casamento, eu me achava uma criança e pensava que ela nunca iria conversar comigo. E acabou que nessa noite, a gente ficou, já”, completou.
Fonte: correiobraziliense