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Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

De acordo com o estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), divulgado nesta sexta-feira (17), houve queda significativa na renda habitual (-6,6%) e um aumento na renda efetiva (+0,9%) do trabalhador brasileiro no segundo trimestre de 2021 em comparação com o mesmo trimestre do ano passado – que foi o pior momento do mercado de trabalho durante a pandemia. A parcial recuperação da população ocupada reduziu o impacto negativo na massa salarial real habitual, uma vez que, no segundo trimestre deste ano, a queda da massa de rendimentos habituais foi de 1,7% (somando R$ 215,5 bilhões) e o aumento da massa efetiva foi de 6,1% na comparação com o ano anterior, totalizando R$ 215,1 bilhões.

Os trabalhadores por conta própria tiveram o maior impacto em suas rendas, com crescimento de 19,5% na renda efetiva no segundo trimestre de 2021, na comparação com o mesmo trimestre de 2020. Ainda no segundo trimestre deste ano, eles receberam 76% do habitual. Os trabalhadores com carteira do setor privado tiveram aumento de 2% na renda efetiva, enquanto para os trabalhadores sem carteira, a alta foi de 6,9%. Nordeste foi a região com renda mais afetada pela segunda onda da pandemia, com queda de 2,6% na renda efetiva no segundo trimestre de 2021. No corte por gênero, o crescimento da renda efetiva das mulheres (+1,40%) foi superior ao dos homens (+0,48%), no mesmo período. 

Parte do comportamento da renda do trabalho em 2020 e 2021 foi gerada por um efeito composição. A elevação da renda habitual média se deve ao fato de que a perda de ocupações se concentrou naquelas com menor remuneração (nos setores de construção, comércio, alojamento e alimentação), além dos empregados sem carteira assinada e, principalmente, trabalhadores por conta própria, de forma que permaneceram ocupados aqueles com renda relativamente mais alta. Com o retorno dos trabalhadores informais e por conta própria ao trabalho, o rendimento habitual médio foi se reduzindo. O arrefecimento do aumento da renda habitual e da renda efetiva indica o início de retorno à normalidade no mercado de trabalho.

Apesar do grande número de domicílios sem renda do trabalho, no segundo trimestre de 2021, houve pequena redução neste percentual, em relação ao primeiro trimestre deste ano: de 29,3% para 28,5%, o que demonstra lenta recuperação no nível de ocupação aos patamares anteriores à pandemia para as famílias de renda mais baixa. Neste trimestre, houve também um aumento na proporção de domicílios na faixa de renda mais baixa e uma diminuição da proporção nas demais faixas.

com informações do Ipea*