Edson  e  Lenir – Igreja Batista Bíblica de de Flores – Uma Igreja de Poder !!! – MANAUS – AM

Salmos 23.3.

O poeta Pablo Neruda, no livro “O carteiro e o poeta”, ensina ao carteiro a usar as metáforas para viver melhor. Pois bem, o Salmo 23, de autoria atribuída ao rei Davi, traz uma série de metáforas exaltando o poder, a bondade e o cuidado de Deus e a nossa confiança nele. Porém, muitas vezes nos perdemos na beleza poética das metáforas e nem imaginamos o real significado, na aplicação prática destas metáforas na nossa vida. Numa noite muito fria e chuvosa,  passando da meia noite, já estava deitado quando o meu telefone toca. Dei uma rápida olhada e como não conhecia o número, resolvi ignorar a ligação. Devido a insistência de quem estava me ligando, atendi. Uma voz muito trêmula me comunicou que a minha filha havia sofrido um grave acidente de carro e pedia a minha presença no local do acidente. Certificando-me do local exato do acidente, saí de casa desesperado e fui até lá. O carro estava destroçado com uma parte incendiada e perda total. Minha filha havia perdido o controle da direção, chocando-se contra uma árvore. Ela já havia sido atendida pelos anjos do SAMU e já estava no hospital da UNIMED, na Faculdade Nilton Lins. Fiz-me de forte, mesmo tremendo dos pés à cabeça. Liguei para o caminhão guincho, passando todas as coordenadas para onde deveria transportar o veículo acidentado e fui direto para o hospital da UNIMED. Chegando no hospital, fui prontamente atendido pelo pessoal da recepção que me pediu para esperar um pouco pois um médico iria falar comigo. O médico veio e a primeira pergunta que me fez foi: o senhor acredita em Deus? Sem titubear respondi que sim. Então ele passou a me informar sobre o quadro clínico da minha filha. Disse que o seu estado era gravíssimo e que estava aguardando exames para confirmar suspeitas de laceração no baço e fratura de crânio. Pedi para ver a minha filha. De início ele tentou me demover da vontade e com a minha insistência, resolveu permitir, desde que a visse pela porta entreaberta. Então, levou-me até o quarto, entreabriu a porta e permitiu que eu a visse. O rostinho dela estava completamente deformado por um monstruoso inchaço. Desesperei-me. Tranquei-me no meu carro e tudo que conseguia fazer era gritar. Não orei, não usei palavras bonitas para pedir ao Senhor pela vida da minha filha. Só consegui gritar. Já passava das quatro horas da manhã e o dia já se anunciava através das faixas claras no céu quando alguém bateu na janela do meu carro. Abri a janela. Era uma enfermeira dizendo que o médico queria falar comigo. Agora eu estava com uma parte do corpo toda dormente, enquanto no peito havia uma grande pressão e uma dor insuportável. Podia sentir o meu coração sob a pele. Caminhei, amparado pela enfermeira, até o ambulatório. O médico, com um sorriso estampado no rosto, foi logo disparando: “Parabéns papai pela sua fé”. Sua filha está bem. Não houve nenhuma fratura nem laceração no baço. O inchaço é um processo alérgico devido o contato com o pó químico do extintor de incêndio. Naquele momento, um frescor enorme, uma coisa gelada, foi descendo da minha cabeça, foi invadindo o meu peito, tirando toda a dor e deixando uma paz grandiosa. Foi então que veio em minha memória o tão famoso versículo do Salmo 23:3 – “Refrigera a minha alma”. Naquela mesma manhã a minha filha deixou o hospital e foi para casa.