Reforma de colégio em Manguinhos tem mão de obra local e atrai quem estava fora da escola
6 de fevereiro de 2022
Para receber 1.250 estudantes na volta ao ano letivo nesta segunda-feira (07/02), professores e funcionários contratados para a reforma do Colégio Compositor Luiz Carlos da Vila, em Manguinhos, bairro vizinho ao Jacarezinho, na Zona Norte do Rio, estão dando uma aula de dedicação. A Empresa de Obras Públicas do Estado do Rio de Janeiro (Emop-RJ) já começou a recuperação do prédio e das instalações. As melhorias, que fazem parte do programa Cidade Integrada, lançado pelo governador Cláudio Castro, atraíram também alunos.
Sessenta moradores de comunidades da região foram contratados para trabalhar nas obras. Tudo para deixar o imóvel, que tem 14 salas de aulas, pronto para funcionar em tempo integral: manhã, tarde e noite. Trabalhadores retiraram entulhos de dentro e do entorno das piscinas, apararam a grama, retocaram paredes e instalaram placas de sinalização.
Além de pintura geral, também começaram os reparos em tetos, salas de aula, laboratório, biblioteca, áreas administrativas e redes elétrica e hidráulica. A reforma envolve ainda a recuperação da quadra esportiva e de duas piscinas, que já começaram a ser limpas e recapeadas.
– O Governo do Estado está cumprindo sua função social. Além de proporcionar um ambiente adequado ao ensino, contratou moradores para as obras. É uma forma de garantir emprego e renda, além de melhorar o local onde vivem essas pessoas- destaca o governador Cláudio Castro.
É o caso do carpinteiro Carlos Alberto Rodrigues de Araújo Júnior (foto acima), de 29 anos, que mora em Manguinhos e foi contratado para a reforma da escola. Ele trabalhava numa obra particular no Centro do Rio e conta que só com as passagens de ônibus gastava um terço do seu salário.
– Vou trabalhar praticamente no quintal de casa. Isso é ótimo. Vou ajudar a cuidar do colégio que meus filhos e minha esposa vão se formar um dia. É muita alegria – emociona-se Carlos Alberto.
Animada com o início da reforma, Raquel Maria da Silva, de 23 anos, estava radiante quando foi fazer matrícula na unidade. Ela contou que voltará a frequentar a escola depois de cinco anos.
– Por vários motivos, tive que parar de estudar. Agora, vou reingressar no segundo ano do Ensino Médio. Me formar aqui é parte de um sonho maior, de fazer faculdade de gastronomia posteriormente – adiantou Raquel, ao lado do marido, o marceneiro Israel dos Reis, 27 anos, que também estudou na instituição.
O amor e o carinho pelo colégio, que é um dos maiores orgulhos dos moradores da região, são demonstrados a todo momento nas redondezas. O chefe de cozinha Vamberlúcio da Silva, 47 anos, por exemplo, foi se despedir da escola, onde estudou até 2015. Ele vai morar em outro estado e disse que quis ter a alegria de constatar que a escola realmente está sendo reformada.
– Tenho muita gratidão por essa escola. Me ajudou muito a subir na vida. Vou para outro estado, mas sabendo que vários parentes e amigos vão ter a mesma oportunidade de aprendizado que tive aqui – disse Vamberlúcio.
Investimento de R$ 2 milhões
Ao todo, o Governo do Estado está investindo R$ 2 milhões na ampla reforma. Os contratos dos moradores que trabalharão na obra são pelo regime de empreitada ou celetista (carteira assinada), de acordo com o sindicato das categorias.
Para a diretora-geral do colégio, Ângela Guedes, que fez várias reuniões com os 60 professores da escola, a volta às aulas presenciais marca um tempo de superação e esperança renovada para estudantes e comunidade.
– É uma alegria imensa receber os alunos e educadores novamente. Passamos um período difícil em virtude da pandemia da Covid-19, mas, graças às vacinas e aos protocolos de saúde, já podemos retomar as atividades com segurança – destaca Ângela Guedes.