O deputado federal Nereu Crispim (PSL-RS) criticou o governo federal sobre as negociações para evitar a greve dos caminheiros e disse que o reajuste do diesel anunciado nesta segunda-feira (25) inviabiliza as conversas com o Palácio do Planalto. De acordo Crispim, a categoria está unida e a greve, prevista para 1° de novembro, deve sair do papel.
O parlamentar é o responsável por representar os caminhoneiros no Congresso Nacional e tomou frente das negociações com a equipe do presidente Jair Bolsonaro. Para o deputado, o reajuste de 9% no diesel a partir desta terça-feira (26) acaba inflando ainda mais a paralisação da categoria.
“Hoje, em virtude desse aumento do diesel, realmente fica bem difícil. O resultado financeiro hoje para o transportador autônomo nas estradas brasileiras é deplorável”, disse em entrevista ao UOL .
Bolsonarista, Crispim ainda criticou o governo federal por não dar importância ao tema. O integrante da Frente Parlamentar em Defesa dos Caminhoneiros ainda disse que não negociaria com o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas. Segundo ele, o ministro não demonstrou vontade de resolver as questões que envolvem a greve dos caminhoneiros.
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A reunião entre Nereu Crispim, caminhoneiros e membros do Palácio do Planalto, marcada para quinta-feira (28), foi cancelada . A secretária de articulação do Planalto justificou a notícia de participação dos ministros no encontro para adiar as negociações.
Auxílio-diesel
O deputado Nereu Crispim ressaltou que a proposta de Jair Bolsonaro em disponibilizar um ‘auxílio-diesel’ de R$ 400 para caminhoneiros foi interpretado pela categoria como ‘esmola’. A ideia também foi rechaçada pelo líder da greve de 2018, Wallace Landim. Segundo Chorão, como é conhecido, o valor não dá para abastecer nem 100 litros do combustível.
“Dentro dos grupos de WhatsApp, isso pareceu como se mais uma parte da população brasileira fosse viver de assistencialismo político”, completou o parlamentar, ao UOL .
O benefício, no entanto, ainda não foi chancelado pela equipe econômica e ala política. A possibilidade de ultrapassar o teto de gastos muito mais que o esperado para 2022 é um dos motivos que trava as negociações para viabilizar o auxílio aos caminhoneiros.