Os dois senadores eleitos pelo Amazonas que mais gastaram, em 2021 foram Omar Aziz (PSD) e Eduardo Braga (MDB), no segundo ano de pandemia da Covid-19, R$ 1,31 milhão só com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (Ceap), popularmente conhecida como ‘Cotão’. O valor é 70,27% maior que o gasto registrado em 2020 e equivale a 3,2 mil Auxílios Emergenciais, considerando o valor atual de R$ 400.
Os beneficiários do Auxílio Brasil, programa de distribuição de renda do governo que substituiu o Bolsa Família, passaram a receber R$ 400 ainda em dezembro. Uma Medida Provisória (MP), divulgada no Diário Oficial da União (DOU), criou um benefício extraordinário que complementa as parcelas já previstas para o programa, o que permitiu que o pagamento de dezembro chegasse a esse valor.
Os maiores volumes foram empregados na contratação de consultorias de comunicação e marketing, assessoria de comunicação e geração de conteúdo. No último ano, antes das eleições gerais, marcadas para outubro de 2022, os gastos com esses tipos de serviços pelos três senadores chegaram a R$ 820 mil, o equivalente a 62,57% do total.
No balanço geral, o senador que apresentou o maior gasto foi Omar Aziz (PSD), com R$ 552.076. Eduardo Braga (MDB) ficou com o segundo lugar, com R$ 398.937, e Plínio Valério (PSDB) em último, com gastos que somam R$ 259.489.
Todos os senadores apresentaram aumento da utilização dos valores, se comparado a 2020, primeiro ano de pandemia no Brasil, com destaque para Omar Aziz, que presidiu a CPI da Covid-19 no Senado, no último ano, e está no último ano de seu mandato de senador, marcado por forte oposição ao presidente Jair Bolsonaro (PL). O parlamentar passou de R$ 86.888 em recursos públicos utilizados, a partir da Ceap, em 2020, para mais de meio milhão, em 2021, um aumento de mais de 535%.
Braga, que também participou da CPI da Covid-19 e é pré-candidato ao Governo do Amazonas, utilizou R$ 364.064, ano passado, e Plínio Valério, R$ 318.696. Os acréscimos percentuais foram de 9,57% e 12,7%, respectivamente. Tanto em 2020 quanto em 2021, as sessões no Senado ocorreram, em parte, de forma híbrida.
De acordo com o Portal da Transparência do Senado, o Sistema de Cotas é gerido pela Secretaria de Finanças, Orçamento e Contabilidade do Senado Federal. O valor é destinado a gastos como aluguel de imóveis para escritório político, aquisição de material de consumo, contratação de serviços para o apoio à atividade parlamentar, locomoção, divulgação dos trabalhos dos senadores, aquisição de passagens aéreas, de passagens terrestres e fluviais, serviços de consultoria etc.
Por: Ana Carolina Barbosa
Fonte: Agência Cenarium