Nesta sexta ta-feira (2) a advogada Nicolly Cavalcante Menezes denunciou um suposto abuso de autoridade cometido pelo delegado Rodolfo Rodrigues Santana da Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Eirunepé (a 1.160 quilômetros da capital). Entre as denúncias estão irregularidades na delegacia, agressão a presos e por não respeitar prerrogativas, que é um conjunto de direitos e garantias que lhes é especificamente dirigido para o livre exercício da profissão.
Conforme a advogada Nicolly Cavalcante Menezes, no dia 27 de julho deste ano, seu cliente Sebastião Coelho foi preso em flagrante e no dia seguinte aconteceu a audiência de custódia, onde foi concedida a liberdade provisória do jovem e o alvará de soltura foi expedido no mesmo dia.
Logo após a expedição do alvará, a advogada se dirigiu até a Delegacia Especializada de Polícia (DEP) de Eirunepé, onde teve suas prerrogativas violadas e o delegado Rodolfo Rodrigues Santana manteve seu cliente preso sem nenhuma justificativa e que só iria liberá-lo no dia seguinte mesmo após ter a liberdade provisória concedida pela justiça.
Em uma foto enviada a reportagem do portal Amazônia Press, é possível ver o jovem com vários ferimentos no rosto, joelho e pé, causados durante uma “abordagem”.
A advogada entrou com uma denúncia no Ministério Público que enviou um ofício para que a Ordem dos Advogados do Brasil do Amazonas (OAB-AM) para juntar as provas enviadas. Porém, até agora a OAB-AM não se manifestou.
Um fato que chama atenção é que Rodolfo Rodrigues Santana, antes de ser delegado em Eirunepé, era advogado no escritório de Beto Simonetti, presidente da OAB nacional. Já o atual presidente da OAB/AM, Jean Cleuter continua calado com toda a situação, sendo que ele precisa do apoio de Simonetti para a reeleição na OAB Amazonas.
Na época, o delegado estava na posição 190 da lista e subiu para 3° e foi enviado para atuar no município de Eirunepé, estando a frente do cargo há apenas 4 meses.
Outros casos
Em outro vídeo enviado, a reportagem mostra um advogado não identificado com seu cliente relatando que o mesmo foi vítima de abuso de autoridade e nem se quer passou por audiência de custódia e ficou preso por cinco dias em uma prisão ilegal, sendo mantido inclusive sem alimentação.
Veja vídeo
Vídeo 2:
Respostas
A reportagem entrou em contato tanto com Beto Simonetti como com Jean Cleuter para saber quais medidas estão sendo tomadas e se há uma certa incoerência com o caso pelo fato do delegado ter feito parte do escritório de advocacia, além de ter sido cliente mas até a publicação desta matéria não tivemos retorno.