O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou acusações contra quatro policiais pelos disparos feitos contra Breonna Taylor no ano de 2020, em seu apartamento em Louisville. Após o seu falecimento, Taylor se tornou um símbolo do movimento antirracista Black Lives Matter.
Merrick Garland, titular do Departamento de Justiça e procurador geral, contou que os agentes estão sendo acusados por crimes contra os direitos civis, sendo eles abuso de força, abuso de autoridade e obstrução da justiça.
O policial, Brett Hankison, de 45 anos, foi acusado, não pela morte de Taylor, mas por “colocar em risco”a vida de seus vizinhos ao disparar sua arma contra uma parede. Em março ele foi absolvido, e isso provocou a ira dos ativistas anti racismo, gerando alguns protestos.
A Justiça Federal realizou uma investigação paralela, e o acusa de “uso excessivo da força”, anunciou Galard durante uma coletiva.
O procurador geral também acusa três de seus ex-colegas de mentirem sobre a ordem de busca e apreensão que desencadeou a tragédia.
“Os acusados sabiam que o depoimento sob juramento em apoio a esse mandado continha informação falsa e enganosa, e que foi omitida outra [informação] importante”, disse Garland. Eles sabiam que poderia gerar uma situação perigosa e afirmamos que essas ações ilegais provocaram a morte de Taylor”, acrescentou.
Os três agentes, que não estiveram presentes na batida, “tomaram medidas para encobrir sua conduta ilegal”e mentiram para o FBI, segundo Galard.
Relembre o caso
No dia 13 de março de 2020, três policiais de Louisville, do estado de Kentucky, invadiram no meio da noite o apartamento de Breonna Taylor, uma cuidadora de 26 anos afro-americana, a invasão seria parte de uma investigação de tráfico de drogas contra um ex-namorado de Taylor.
O atual companheiro de Taylor na época, Kenneth Walker, que não era alvo da batida, acreditou que os agentes eram ladrões por estarem invadindo, então atirou com uma arma que possuía legalmente.
Os agentes responderam e Breonna Taylor foi alvejada com cerca de 20 disparos.
A polícia tinha um mandado por nome de “no knock”, o qual autorizava os agentes a derrubarem a porta sem aviso prévio. Eles alegam que mesmo assim, anunciaram sua presença, o que Walker nega.
Em primeiro momento a morte de Breonna Taylor não chamou muita atenção, mas ganhou grande repercussão durante as enormes manifestações contra o racismo que sacudiram os Estados Unidos e o mundo após a morte de George Floyd, um homem negro de 40 anos asfixiado por um policial branco em Minneapolis em maio de 2020.
Em setembro de 2020, na maior cidade de Kentucky, LouisVille, os protestos estouraram quando os procuradores não apresentaram acusações contra os outros agentes envolvidos na tragédia e só mantiveram uma acusação contra Hankison.