O Plenário da Câmara rejeitou, por 283 votos a 117, a retirada de pauta do requerimento de convocação do ministro da Economia, Paulo Guedes, para prestar esclarecimentos sobre a revelação de que ele é sócio de uma offshore nas ilhas Virgens Britânicas.
Os deputados não chegaram a um acordo sobre o pedido do líder do governo, Ricardo Barros (PP-PR), de transformar a convocação em convite. “O ministro Paulo Guedes se comprometeu a estar aqui voluntariamente na próxima quarta-feira, não vejo nenhuma razão para não adotarmos o procedimento de praxe das comissões, que é transformar a convocação em convite”, criticou Barros.
O Plenário vai analisar agora o requerimento de convocação. Se for convocado, o ministro é obrigado a comparecer. Se for convidado, ele vem se quiser.
A notícia sobre a offshore foi publicada pelos sites da revista Piauí e Poder360, que integram o consórcio internacional de jornalistas investigativos que teve acesso a milhões de documentos sobre offshores em paraísos fiscais (Pandora Papers). O vazamento também apontou empresa no exterior em nome do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
O líder do PP, deputado Caca Leão (PP-BA), afirmou que, por falta de acordo sobre o convite, decidiu apoiar a convocação de Paulo Guedes. “A bancada tem o entendimento da importância da vinda do ministro Paulo Guedes nesse plenário para esclarecer tudo que tem sido falado na imprensa e agir com a seriedade que esse momento precisa”, disse.
O líder do Cidadania, Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), também defendeu a vinda de Guedes. “Nós vamos concentrar nos fatos recentes. Ninguém vai aproveitar esse momento para lembrar do 80 milhões de testes do ministro Paulo Guedes anunciou e que não vieram; ninguém vai questionar sobre as suas projeções econômicas que não se realizaram; todos nós vamos nos concentrar nos esclarecimentos sobre o fato mencionados”, afirmou.
Líder da oposição e um dos autores do requerimento, o deputado Alessandro Molon (PSB-RJ) também defendeu a aprovação do requerimento. “Trata-se de um fato de extrema gravidade que é vedado pelo Código de onduta da alta administração Federal”, disse.
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Reportagem – Carol Siqueira
Edição – Wilson Silveira