O Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, 16, mostrou relativa estabilidade no cenário de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023. A mediana para a alta do PIB em 2023 cedeu marginalmente de 0,78% para 0,77% ante 0,79% um mês antes.
Considerando apenas as 31 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2023 passou de 0,65% para 0,80%.
Apesar de não ter sido divulgado ainda, o PIB de 2022 não faz mais parte do Boletim. Para 2024, o Relatório Focus também mostrou estabilidade na perspectiva de crescimento do PIB em 1,50%. Para 2025, a mediana continuou em 1,90%.
Quatro semanas atrás, as taxas eram de 1,67% e 2,00%, nessa ordem. O Boletim ainda trouxe pela primeira vez a estimativa para 2026, que está em 2,00% há 44 semanas.
Déficit primário
Após o anúncio das primeiras medidas econômicas para amenizar o déficit primário estimado para este ano, as projeções fiscais no Boletim Focus mostraram uma leve melhora.
Segundo a lei orçamentária aprovada, o déficit primário previsto para 2023 é de R$ 231,5 bilhões, mas a equipe econômica apresentou um conjunto de medidas com potencial de ajuste de R$ 242,68 bilhões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse, porém, que trabalha com um rombo primário entre R$ 90 bilhões e R$ 100 bilhões em 2023.
No Relatório de Mercado Focus, a projeção de déficit primário passou de 1,20% para 1,19% do Produto Interno Bruto (PIB) na última semana, de 1,00% quatro semanas antes.
Em relação ao resultado nominal, a mediana deficitária passou de 8,50% para 8,25% do PIB este ano. Há um mês, a mediana era negativa em 8,65% do PIB.
O resultado primário reflete o saldo entre receitas e despesas do governo, antes do pagamento dos juros da dívida pública. Já o resultado nominal reflete o saldo já após as despesas com juros.
Em relação ao indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB para 2023, a estimativa arrefeceu de 61,95% para 61,85% do PIB, de 62,15% há um mês.
Déficit em c/c
Os economistas do mercado financeiro reduziram a estimativa de déficit em conta corrente do balanço de pagamentos em 2023, conforme o Boletim Focus. A mediana deficitária passou de US$ 46,55 bilhões para US$ 46,00 bilhões, mesmo valor de um mês atrás.
A estimativa para o superávit da balança comercial em 2023 variou de US$ 56,61 bilhões para US$ 57,20 bilhões, contra US$ 59,10 bilhões há um mês. Para 2024, a mediana foi mantida em US$ 52,40 bilhões, de US$ 54,13 bilhões há quatro semanas.
Para os analistas consultados semanalmente pelo BC, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) será mais do que suficiente para cobrir o rombo em transações correntes este ano. A mediana das previsões para o IDP em 2023 permaneceu em US$ 80,00 bilhões, de US$ 77,00 bilhões há quatro semanas.
O Boletim Focus não traz mais as projeções para 2022. O Sistema de Expectativas de Mercado, porém, mostra que a estimativa para o déficit em conta corrente melhorou de US$ 50,50 bilhões para US$ 50,00 bilhões na última semana. Já a previsão para o IDP passou de US$ 84,50 bilhões para US$ 85,43 bilhões.