Especialista da Fundação Adriano Jorge explica que a exposição a sons intensos e infecções congênitas são algumas das causas mais comuns
O Dia Nacional de Prevenção e Combate à Surdez, comemorado nesta quinta-feira (10/11), alerta sobre os cuidados necessários para prevenir a perda de audição. A data comemorativa foi instituída como símbolo de luta pela educação, conscientização e prevenção para os problemas advindos da surdez. O otorrinolaringologista da Fundação Adriano Jorge, unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Rafael Carvalho, explica sobre as causas e o tratamento após diagnóstico.
A surdez pode ter diferentes graus, tipos, ser congênita ou adquirida e afeta pessoas de qualquer idade sob variadas formas. Algumas das principais causas apontadas pelo médico são a exposição a ruídos de alta intensidade e gestantes infectadas por certas doenças, como rubéola, toxoplasmose e sífilis.
“A prevenção se dá com um bom pré-natal, prevenindo essas causas congênitas de surdez. Quando estamos falando de surdez adulta, a prevenção se dá com a exposição ao ruído. Qualquer ruído acima de 80 decibéis (dB), por mais de trinta minutos, pode provocar uma perda auditiva que é irreversível”, enfatizou.
Outras doenças e situações também podem levar a perda auditiva, como viroses, meningites, uso de certos medicamentos ou drogas, propensão genética, perda da audição pela idade, traumas na cabeça, alergias, tumores e entre outros.
Sinais em crianças
O especialista alerta que os pais e responsáveis devem ficar atentos ao desenvolvimento da criança. Rafael explica que o primeiro passo para verificar possíveis alterações é a realização do “Teste da Orelhinha”, realizado em recém-nascidos nas maternidades. Ele também enfatiza que os responsáveis devem observar o desenvolvimento na identificação de barulhos e um possível atraso na fala dos bebês.
“Antes do seu filho sair da maternidade, geralmente ele já vai sair com o teste da orelhinha, que vai te dizer se o bebê tem alguma probabilidade ou não de ter perda auditiva. Durante o desenvolvimento da criança, entre os 4 e 5 meses, ela vai começar a identificar barulhos, vai acordar com barulhos mais altos durante a noite, tudo isso os pais têm que ficar atentos no desenvolvimento do bebê, como quando começam a falar ‘papa’ ou ‘mama'”, disse.
Prevenção e tratamento
Além da ênfase no pré-natal em gestantes e no teste da orelhinha em recém-nascidos, outras medidas podem prevenir a perda auditiva, como o cuidado com objetos pontiagudos introduzidos nos ouvidos; uso de equipamentos de proteção para trabalhadores expostos aos riscos ocupacionais, provocados por ruídos; e acompanhamento da saúde auditiva.
De acordo com o especialista, a perda auditiva também pode chegar progressivamente pela questão da idade, sendo possível o uso de aparelhos. Quando se trata de perda congênita, podem ser usados implantes.
“Quando chegamos à terceira idade, provavelmente teremos algum grau de perda auditiva, que é do nervo, comum do ser humano, você só vai conseguir reverter com a prótese auditiva. Quando a gente está falando de perda auditiva congênita, em que a criança já nasce sem ouvir nada, nós temos o que chamamos de implante coclear, o chamado ‘ouvido biônico’, que implanta um aparelho dentro da cóclea e a criança vai poder ouvir novamente”, explicou.
Assistência
Para o início do tratamento e o diagnóstico no Sistema Único de Saúde (SUS), é necessário que o usuário possua um encaminhamento de uma Unidade Básica de Saúde (UBS) ou da rede estadual de saúde para que seja direcionado ao especialista.
O profissional indicado para o tratamento de perda auditiva é o otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo.
Informações para a imprensa: Assessoria de Comunicação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM)