Realizando vistoria in loco na área do Centro, a Prefeitura de Manaus avança em dois trabalhos com foco no patrimônio histórico edificado: conclusão de material fotográfico para o “Manual de Placas – Parâmetros para Publicidade, Bancas e Recomposição de Fachadas no Sítio Histórico e Centro Antigo da Cidade de Manaus” e atualização do banco de 1.656 unidades históricas, dez praças e 11 armazéns de porto listados no Decreto 7.176/2004.
Nesta terça-feira, 15/3, equipes da Gerência de Patrimônio Histórico (GPH), do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), realizaram vistoria em vários endereços do bairro, dando continuidade às ações para identificar modelos positivos de padronização dos engenhos publicitários e os casos negativos, em uma versão de “certo” e “errado”.
“Uma comunicação visual poluída, excessiva e inadequada em nada agrega valor positivo ao ambiente e seu entorno”, ressaltou o diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente.
O Manual de Placas tem ainda colaboração com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) do Amazonas, na revisão e consolidação dos dados.
“É na vistoria que fazemos o registro fotográfico do local e seu entorno imediato, indicando se há desconformidade ou se é necessário adequar a publicidade. O combate à poluição visual tem avançado com ótimos resultados junto aos estabelecimentos, deixando fachadas livres e belas de se notar ao caminhar pelo Centro. Nossa meta é preventiva e pedagógica, dando ao patrimônio o respeito que merece e regulando os limites da publicidade”, explicou a arquiteta Luiza Lacerda, uma das coordenadoras da atualização do manual.
Padronização
O manual visa padronizar parâmetros para publicidade, bancas e recomposição de fachadas no sítio histórico e centro antigo da cidade de Manaus, destacando a importância do tombamento para a preservação da memória e da cultura na sociedade.
Com linguagem simples e objetiva, o documento estabelece limites e diretrizes para os espaços publicitários, informando parâmetros e padronização de diferentes tipos de placas, painéis comerciais, pinturas de letreiros, letreiros em relevo, colocação de toldos, cartazes e outros.
O documento orienta quanto aos procedimentos para a aprovação de projetos de instalação desses engenhos. Esses procedimentos ajudam o comerciante e a sociedade em geral a participar e contribuir com a revitalização do Centro Histórico de Manaus. Auxiliam ainda a deixar o bairro com menor poluição visual, liberando áreas antes escondidas, que suprimiam da visão paisagens arquitetônicas e culturais pertencentes aos manauaras.
Segunda atualização
Durante a vistoria de hoje, as equipes também fizeram captação de dados e imagens das unidades de interesse de preservação para abastecer o banco de dados no Implurb, no sistema ArcGis. O trabalho está na fase de edição final das fichas técnicas da lista para futura publicação no Diário Oficial de Manaus (DOM). Com a ação em campo, é possível incluir ou até mesmo excluir unidades, de acordo com as respectivas informações coletadas de preservação até a descaracterização completa.
As informações de endereço, numeração, setor dentro do sítio histórico, subsetor do Plano Diretor, classificação e tombamento (quando existir), uso do imóvel, fotos antigas (2003/2004) e atuais (2021/2022), mapa de localização e descrição da unidades são inseridos na plataforma de dados, gerando as chamadas fichas técnicas. Elas ainda têm dados das fachadas, cobertura e indicam se a edificação/lote está em abandono.
“Também são observados nos imóveis sinais de descaracterizações, demolições e sinistros ocorridos posteriormente ao decreto. Estamos valorizando a manutenção das edificações que são relevantes para o valor histórico e simbólico do patrimônio edificado de Manaus dentro do território centro antigo. O trabalho em campo e o uso de novas tecnologias permitem inclusive excluir imóveis que não existem mais ou já estão totalmente descaracterizados”, disse a arquiteta Luiza Lacerda.
Desde 2004, a listagem das edificações de interesse de preservação não passava por uma revisão minuciosa. Durante todo esse período, decretos tiraram alguns imóveis da lista, ocorreram reformas ou até mesmo total abandono e ruínas de alguns bens. Têm unidades que desapareceram e outras foram reestruturadas e não faz mais sentido estarem na lista. A atualização com georeferenciamento e mapas geográficos modernos vai permitir uma melhor leitura e compreensão do centro antigo edificado.
— — —
Texto – Claudia do Valle / Implurb