A Prefeitura de Manaus está intensificando a busca ativa de pessoas com diabetes e hipertensão em todos os Distritos de Saúde (Disas) desde janeiro deste ano. A ação, da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), tem o objetivo de lembrar aos usuários que já fazem parte do programa “Hiperdia” que a frequência dos cuidados precisa ser mantida e também orientar as pessoas com sintomas de hipertensão arterial ou diabetes mellitus a buscarem uma Unidade Básica de Saúde (UBS) para investigar os sinais e, conforme o caso, já iniciar o tratamento.
Os Agentes Comunitários de Saúde (ACSs) estão fazendo um amplo trabalho de sensibilização casa a casa em seus territórios para chamar a atenção sobre os riscos que essas duas doenças, que são crônicas, ou seja, representam. No contato direto com a população, os ACSs enfatizam que há garantia de vida com qualidade se os cuidados forem seguidos. Neste aspecto, o autocuidado é um fator determinante, mas o paciente precisa se autorresponsabilizar pela sua saúde.
A secretária municipal de Saúde, Shádia Fraxe, explica que o desafio da Semsa é justamente o de fazer o usuário perceber que precisa manter os cuidados para ter uma vida saudável.
“Quando falo que os cuidados precisam ser mantidos, quero dizer que esse usuário precisa buscar o atendimento na unidade de saúde para ser acompanhado, seguindo a orientação do profissional de saúde, uma vez a cada seis meses, ou mais. Mas, ele precisa ter essa iniciativa de comparecer para saber se os medicamentos estão fazendo o efeito desejado ou se precisam ser trocados ou as doses aumentadas. É uma ação que precisa ter uma frequência para que ele possa viver a vida sem o agravamento do seu quadro”, destacou Shádia.
A Gerência de Cuidados Condições Crônicas da Semsa aponta que mais de 180 mil pessoas estão cadastradas no programa “Hiperdia”, mas nem todos estão fazendo o acompanhamento regular nas unidades de saúde, o que representa um risco. O acompanhamento por uma equipe de saúde é essencial para avaliar se a doença está evoluindo ou se está controlada, se a medicação precisa ser ajustada, ou se o paciente precisa incorporar hábitos e condições que o ajudem a ter uma boa qualidade de vida.
A gerente de Condições Crônicas da Semsa, enfermeira Lílian Paula Lima, diz que no caso dos pacientes diabéticos, a falta de monitoramento do paciente por uma equipe de saúde aumenta a possibilidade da ocorrência de agravos como cegueira e amputação, no caso dos diabéticos e no caso de hipertensos, risco aumenta de Acidente Vascular Cerebral (AVC).
“Tanto a diabetes quanto a hipertensão são doenças silenciosas que podem levar a complicações com prejuízos sérios à vida dos pacientes. Estamos reforçando a necessidade dessa pessoa ir até o posto de saúde, onde nós temos profissionais que avaliam o paciente como um todo. No caso dos diabéticos, é feita a avaliação neuromotora do pé diabético para saber como está a vascularização, o sistema circulatório, a sensibilidade motora, se essa pessoa está sentindo formigamento ou outro sintoma. No caso da hipertensão, é feita uma avaliação de estratificação de risco para doenças cardiovasculares para saber como conduzir os cuidados”, acrescenta a enfermeira.
Como forma de facilitar a comunicação e a divulgação do trabalho dos ACSs, esses trabalhadores da saúde estão enviando cards com informações sobre hipertensão e diabetes, pelo Whatsapp, como forma de propagar a importância da população ficar atenta aos sinais dessas doenças.
“Além de reforçar a mensagem para quem já faz parte do programa Hiperdia, esse recurso favorece que as pessoas que estão com sinais das doenças comecem a perceber que precisam de tratamento para evitar que cheguem na atenção secundária para fazer a amputação de um membro porque não procuraram a atenção básica. As situações mais graves podem ser evitadas com o cuidado constante”, exemplifica Lílian Zacarias.
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Texto – Tânia Brandão / Semsa