Seguindo o planejamento do Ministério da Saúde para interromper a transmissão do vírus do sarampo e retomar a certificação de eliminação da doença no Brasil, a Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), vem fortalecendo as ações de rotina de vigilância e investigação de casos suspeitos.
Durante reunião realizada na manhã desta quinta-feira, 1º/9, gestores do Departamento de Vigilância Epidemiológica, Ambiental, Zoonoses e da Saúde do Trabalhador (Dvae/Semsa) e técnicos da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) discutiram a implementação do Plano de Ação de Interrupção da Circulação do Vírus do Sarampo, Monitoramento e Reverificação da sua Eliminação no Brasil.
Segundo a diretora do Dvae, Marinélia Ferreira, a reunião representou mais uma etapa do trabalho que a Semsa tem desenvolvido para alinhar as ações da Atenção Primária à Saúde e a rede estadual de saúde, aumentando a atenção para possíveis casos suspeitos de sarampo, atuando de forma oportuna para quebrar a cadeia de transmissão da doença, seguindo orientações do Ministério da Saúde para que o Brasil possa retomar a certificação de país livre do sarampo, concedida pela Organização Pan-Americana de Saúde/Organização Mundial de Saúde (Opas/OMS) em 2016 e que o Brasil perdeu no ano de 2019.
“Atualmente, o município de Manaus não registra casos de sarampo, mas a Semsa tem executado ações de prevenção, mantendo a vigilância e investigação de casos suspeitos de forma intensa. O monitoramento é feito por meio das unidades de saúde que notificam os casos suspeitos e que são investigados, garantindo que as medidas de controle possam ser executadas de forma rápida, para evitar um novo surto da doença”, informou Marinélia.
Este ano, houve a notificação de 47 casos suspeitos da doença em Manaus, sendo que, após investigação epidemiológica, 43 foram descartados, e quatro ainda estão em investigação. No Brasil foram registrados 44 casos confirmados de sarampo, com os Estados de São Paulo e Amapá mantendo atualmente surto ativo da doença.
A técnica do Departamento de Vigilância Epidemiológica da FVS, Ângela Carepa da Silva, explicou que o objetivo da FVS é reforçar as ações junto aos municípios do Amazonas, fortalecendo o plano implantado no início do ano para o monitoramento e sustentabilidade da eliminação do sarampo no Estado e reforçando as ações do plano de nacional para eliminação da circulação do vírus do sarampo.
“A notificação de casos suspeitos para toda população que apresentar sintomas específicos da doença faz parte da rotina. É feita a notificação e o caso é investigado, descartado ou confirmado”, informou Ângela Silva.
A gerente de Vigilância Epidemiológica da Semsa, Cláudia Rolim, destacou que o plano para a eliminação do sarampo no Brasil tem como objetivo reforçar as ações desenvolvidas na rotina de vigilância epidemiológica, laboratorial, imunização, atenção à saúde e de comunicação, fortalecendo a capacidade da rede de saúde de intervir no controle e prevenção da doença.
“Uma das ações recomendadas pela FVS e o Ministério da Saúde é a ‘Busca Ativa Retrospectiva’ de casos suspeitos de sarampo que, por algum motivo, não foram notificados nas unidades de saúde. A Semsa realizou essa busca ativa com a pesquisa e revisão de prontuários eletrônicos de pacientes. A intenção foi identificar possíveis novos casos, realizar bloqueio vacinal e monitorar os contatos familiares e sociais do paciente que apresentou sintomas da doença”, explicou Cláudia Rolim.
A “Busca Ativa Retrospectiva” foi realizada em 262 unidades de saúde, estaduais e municipais. No período de 28 de março e 12 de abril de 2022, foram pesquisados 338.475 prontuários. Desse total, 235.397 não possuíam critérios para revisão e 103.078 foram revisados, e em apenas um houve a identificação de critérios que atendem a definição de caso para sarampo. O caso foi investigado e foram realizadas as ações de controle e prevenção. Uma nova busca ativa retrospectiva deverá ser feita ainda neste mês de setembro.
Atende a definição de caso suspeito de sarampo todo paciente que apresentar febre e exantema maculopapular (manchas avermelhadas na pele), acompanhados de um ou mais dos seguintes sinais e sintomas: tosse e/ou coriza e/ou conjuntivite, independentemente da idade e da situação vacinal.
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Texto – Eurivânia Galúcio /Semsa