“Clamo pela justiça e igualdade” esse é o principal objetivo do ativista amazonense pela causa racial e pré-candidato ao Senado Federal, Christian Rocha. Bacharel em Direito e pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal, Christian já foi candidato a vereador de Manaus nas eleições de 2020, pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB). Em seus mais de 20 anos de ativismo, o atual presidente do Instituto Nacional Afro Origem (Inaô) é autor do feriado da Consciência Negra no âmbito municipal.
A falta de representatividade negra na política brasileira e, principalmente, amazonense é uma das principais bandeiras levantadas pelo ativista. Primeiro candidato negro do Amazonas ao Senado, Christian destaca que o ativismo negro agora terá representatividade em um espaço de poder, no qual busca promover a assistência e a diversidade por essa causa que, segundo o ativista, há falta de iniciativa dos políticos locais e a maioria dos partidos não tem como bandeira combater a desigualdade social e o racial.
“É importante que a liderança comunitária se candidate pois existe uma problemática no seu bairro. É importante que a mulher se candidate pois ela é o para-choque da violência na sociedade. É importante que o jovem se candidate e o mesmo se expande ao ativismo da causa negra. Se o policial se acha no direito de se candidatar para defender a classe, se a igreja acha que deve colocar seus representantes, se os empresários também acham isso… a causa negra também pode se sentir amparada em cima de algo que ela ainda não tem um representante. Hoje, as causas sociais não tem nenhum representante no legislativo”, destacou.
Atuante há mais de 20 anos no movimento negro no Amazonas, Christian Rocha já foi candidato em outras eleições e para disputar a única vaga do Senado Federal, o seu nome ganhou consenso rapidamente em decorrência de sua militância em movimentos sociais. O ativista começou a se introduzir no movimento negro por volta dos seus 14 anos e a participar ativamente como líder a partir dos 21 anos. Jurista com um extenso histórico de militância, trabalho social e projetos, Rocha pontua que se depara constantemente com o racismo cultural e estrutural, e também com o preconceito com a sua pré-candidatura ao Senado Federal.
“Já fiz muitas palestras, doações, trabalhos, audiências, orientações e sem contar todas as homenagens que já recebi pela Câmara Municipal de Manaus (CMM), Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) e pelo Senado Federal. Observamos que em toda essa nossa trajetória, infelizmente, não só nos deparamos com o racismo cultural e estrutural, como também nos vemos frente a frente com o preconceito em relação a minha pré-candidatura ao Senado. Nós não estamos impondo a nossa cor da pele, estamos apenas impondo a problemática da causa social e racial. Queremos apenas a capacidade e o discernimento de poder debater, discutir, dialogar e apresentar soluções por meio de projetos de lei para que possamos melhorar a vida do pobre, do preto, da mulher, da Pessoa com Deficiência (PCDs) e da comunidade LGBTQIA+. Queremos apenas dar voz à essas classes e comunidades”, manifestou.
Empenhado na luta contra exploração dos mais desamparados por parte da classe política amazonense, o que chama de ‘viralatismo político’, Christian ressaltou que esses continuam nesse meio investindo muitos recursos durante a campanha e quando se elegem tentam devolver o dinheiro que foi investido, deixando a população em último plano.
“A maior parte dos políticos fazem da política um balcão de negócios. Investem rios de dinheiro na campanha e quando ganham tentam repor esse dinheiro que foi investido. Com isso, a sociedade vai ficando em segundo, terceiro… quinto plano. O que nós temos hoje no nosso sistema eleitoral é a exploração da miséria e isso leva ao ‘viralatismo’ da classe que é oprimida com a falta de medicamentos, de empregos, de educação, de cursos profissionalizantes com a falta da presença do poder público nas comunidades ribeirinhas, urbanas e rurais. Isso faz com que o político corrupto corrompa a sociedade no período eleitoral. Essa troca de favores e ‘toma lá da cá’ atrapalha o processo democrático justo. O cidadão acha que deve para aquele político corrupto”, afirmou.
A sua pré-candidatura ao Senado Federal acontece com o intuito de atender as necessidades e demandas de todas as classes que são a assistência governamental. Christian apontou que busca legislar e fiscalizar as ações no Brasil e, principalmente, no Amazonas. Alegou ainda que assumiria o cargo de parlamentar até se fosse algo voluntário.
“A demanda da causa negra ultrapassou a demanda municipal a muito tempo, e quando falo sobre a demanda da causa negra eu falo da demanda do povo pobre, e de todos aqueles desprovidos de assistência governamental, é importante legislar e fiscalizar as ações no Brasil e em especial no Amazonas. A causa Indígena e a causa quilombola, completam a nossa agenda e a nossa bandeira de luta. Não é a cor da pele mas a capacidade de discutir e elucidar problemas. Estou tão focado nas demandas que se existisse parlamentar voluntário sem remuneração e sem benefício eu aceitaria assumir esse cargo. As principais pautas da minha campanha são voltadas à diminuição da desigualdade social (que inclui saúde, segurança e Educação), a qualificação da mão de obra do cidadão e da cidadã, geração de renda, incentivo ao turismo e a permanência da Zona Franca”, disse.