SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Reconhecida como patrimônio mundial pela Unesco em 1987, a praça dos Três Poderes, em Brasília, vai passar por um processo de restauração que custará R$ 993 mil aos cofres públicos.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o presidente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), Leandro Grass, anunciaram nesta segunda-feira (22) o edital de licitação para a contratação do projeto de restauro.

Os recursos virão do PAC (Novo Programa de Aceleração do Crescimento) Seleções.

A reforma vai abranger o restauro de obras de arte, a recuperação do Museu da Cidade e do Espaço Lúcio Costa, de estruturas comprometidas, da iluminação da praça e dos monumentos, além de drenagem e instalação de estrutura de acessibilidade e de câmeras de segurança.

Os ataques golpistas de 8 de janeiro agravaram a degradação da praça, com a retirada de pedras portuguesas do piso.

Segundo o Iphan, desde 2019 o órgão e o governo do Distrito Federal, responsável pela manutenção da praça, debatem projetos para a conservação do local.

Apesar de o edital ter sido lançado pelo governo federal, é o governo do Distrito Federal que ficará responsável pela execução da obra. A previsão é que a reforma seja concluída até fevereiro de 2025.

“É uma praça tombada e reconhecida como patrimônio mundial que faz parte desse legado maravilhoso do arquiteto Oscar Niemeyer e do urbanista Lucio Costa”, disse Margareth Menezes.

Inventário de 158 páginas sobre a praça elaborado pelo Iphan afirma que, ao planejar a praça, Lucio Costa imaginou o espaço apropriado pela população e palco de mobilizações.

A praça foi construída a partir de projeto de Niemeyer, com uma vasta esplanada plana, piso de mosaico português e abrigando inicialmente as sedes dos três poderes -Executivo, Legislativo e Judiciário.

Ao longo do tempo outras construções foram realizadas, como o Panteão da Liberdade e Democracia Tancredo Neves (1985); o marco Brasília Patrimônio da Humanidade (1987); o Espaço Lucio Costa (1988/89) e o Monumento a Israel Pinheiro (1991), todos projetados por Niemeyer.

Completam a praça as esculturas “Os Guerreiros”, de Bruno Giorgi; e “A Justiça”, de Alfredo Ceschiatti; além do mastro da bandeira nacional, projetado pelo arquiteto Sérgio Bernardes (1969).

“Embora esteja descaracterizada pelas diversas intervenções feitas no passado e no presente, como por exemplo pela instalação de grades temporárias, a praça segue sendo um dos melhores exemplos da integração projetual existente entre Oscar Niemeyer e Lucio Costa”, diz trecho do inventário.

As grades citadas no documento foram retiradas em fevereiro, em ato simbólico com a presença do presidente Lula e do ministro Luís Roberto Barroso, presidente do STF (Supremo Tribunal Federal).