Com mais de 100 mil seguidores no Instagram, o policial civil Rogério de Almeida Felicio, conhecido como Rogerinho Punisher, foi um dos agentes citados na delação de Antonio Vinicius Gritzbach, como um dos policiais que distorceu o foco das investigações. Uma fonte da coluna relatou que participou ativamente do caso e relata que, durante um mandado de busca e apreensão, o policial teria subtraído cinco relógios de Gritzbach e postado fotos usando um deles na rede social. Após a delação, as fotos foram apagadas do feed do perfil.
De ontem (12) para hoje (13), a conta de Rogérinho que era aberta, foi fechada com a repercussão que o caso está tendo. Mas, na rede, o policial civil tem diversas fotos com Gusttavo Lima, a quem presta serviços de segurança particular. O cantor sertanejo não é citado no inquérito. O agente também tem a informação no perfil que é proprietário de uma construtora, chamada de Magnata, aberta em 2017 no Guarujá, litoral de São Paulo, além de ser sócio de uma clínica de estética e uma empresa de segurança.
Outro citado na delação de Vinicius Gritzbach é o investigador Eduardo Monteiro, parente da corregedora-geral da Polícia Civil, Rosemeire Monteiro de Francisco Ibanez. Ela é responsável por entregar ao conselho da instituição, o pedido de afastamento do policial. Durante o depoimento oito dias antes de morrer, o delator responsável pela lavagem de dinheiro do PCC denunciou corrupção e arbitrariedades cometidas pela equipe da 3ª Delegacia de Repressão a Homicídios Múltiplos do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que investigava o assassinato de Anselmo Santa Fausta, um importante membro da facção. O delegado Fabio Baena também é citado no depoimento de Gritzbach. Os oito policiais militares responsáveis pela segurança privada do delator foram afastados das funções e também estão sendo investigados.
Diante de diferentes citados, o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado de São Paulo (Gaeco), do Ministério Público paulista, terá um importante trabalho pela frente para corroborar se, de fato, agentes da lei foram corrompidos e se atuavam em favor do PCC. A coluna procurou a Secretaria de Segurança Pública do Estado. A nota enviada, porém, não responde os questionamentos (leia abaixo).
Veja a nota da SSP
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) montou uma força-tarefa para investigar o crime que aconteceu na área externa do Aeroporto Internacional de Guarulhos, na última sexta-feira (8). Testemunhas e partes envolvidas já prestaram depoimento e os policiais militares que faziam a segurança de uma das vítimas foram afastados de suas atividades operacionais até o fim das investigações. Além deles, outros policiais também são alvo de Inquérito Policial Militar, que corre sob segredo de Justiça há cerca de um mês.
Paralelamente, a Polícia Civil instaurou uma apuração preliminar para apurar as denúncias contra os agentes. Eles foram afastados do trabalho operacional enquanto as denúncias são devidamente apuradas. As corregedorias das duas instituições acompanham as investigações para que todas as medidas pertinentes sejam adotadas, reiterando o compromisso e respeito às leis, à transparência e à imparcialidade.