A Scotland Yard informou que abriu uma investigação formal sobre as supostas festas realizadas por Boris Johnson — ou por seus assessores — na residência oficial do primeiro-ministro durante o lockdown de 2020 e 2021 por conta de violação de regras sanitárias.
As denúncias de que o chefe do governo britânico realizou quase 20 encontros com dezenas de funcionários — com direito a bebidas alcoólicas — causaram um grande escândalo no Reino Unido nas últimas semanas, em caso que está sendo chamado de “PartyGate”.
Um dessas celebrações teria sido o próprio aniversário de Johnson, mas também houve happy hours, festas de despedidas de funcionários do governo e até um evento na véspera do velório do príncipe Philip, marido da rainha Elizabeth II.
Após o anúncio da Scotland Yard, o premiê afirmou que irá “cooperar plenamente” com as investigações, mas reiterou o que disse em várias sessões no Parlamento de que os encontros não violaram as regras sanitárias vigentes.
Porém, durante o período da realização dos eventos, o decreto do próprio governo vetava encontros de mais de duas pessoas que não moravam na mesma residência.
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Além da investigação da polícia, Johnson ainda está na expectativa da publicação do relatório da alta funcionária Sue Gray, que está analisando as denúncias há algumas semanas.
Fontes de Downing Street informam que o documento ainda não foi entregue ao governo e será o premiê quem decidirá se o texto será divulgado ao público na íntegra ou parcialmente.
Porém, seja qual for o resultado, a pressão para que Johnson renuncie ao cargo continua a aumentar tanto entre os políticos – até mesmo os conservadores – e na população (mais de 55% querem a saída do primeiro-ministro).
Nesta quarta, o líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, voltou a cobrar a renúncia porque o premiê “mentiu” ao Parlamento ao dizer que não violou as regras sanitárias e acusou Johnson de estar “danificando” o país.
Starmer também questionou o chefe de governo nesta quarta, durante a sessão de perguntas e respostas, se ele iria publicar o relatório Gray na íntegra, mas ele disse apenas que iria “publicar o documento” — sem especificar se tudo ou uma parte.