SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Polícia Federal cumpriu quatro mandados de prisão temporária, além de sete de busca e apreensão, em São Paulo e Guarulhos na manhã desta quarta-feira (24). O grupo, de acordo com a corporação, é suspeito de trocar de etiquetas em aeroportos, substituindo a bagagem de viajantes por malas com drogas.

Os policiais chegaram até o grupo após uma apreensão de 21 quilos de cocaína em fevereiro, no aeroporto de Brasília. O destino da droga, naquela ocasião, seria para Joanesburgo, na África do Sul.

A Polícia Federal não divulgou o nome dos quatro suspeitos detidos em São Paulo e Guarulhos, mas afirmou que são funcionários que atuam na etiquetagem e movimentação de bagagens, a partir do check-in. Além deles, uma mulher, que foi vista entregando a mala com drogas, também faz parte do grupo preso.

Já os sete mandados, de acordo com a PF, envolvem outros funcionários e um motorista de aplicativo.

Essa modalidade de crime ficou bastante conhecida em março de 2023, depois que duas brasileiras, Kátyna Baía e Jeanne Paolini, foram detidas no aeroporto de Frankfurt, na Alemanha, sob a acusação de levar 40 kg de cocaína divididos em duas bagagens.

O caso virou alvo da Operação Iraúna, da Polícia Federal em Goiás, que prendeu seis suspeitos de participarem do esquema que muda a identificação de malas para enviar drogas ao exterior.

Segundo a Polícia Federal de Goiás, as malas de Kátyna e Jeanne foram conferidas e separadas da esteira, em uma área restrita, por dois funcionários. Eles retiraram a identificação, deixando apenas uma etiqueta com o peso das bagagens.

Na área de bagagens de viagens internacionais, um funcionário colocou as etiquetas das malas de Kátyna e Jeanne nas bagagens com drogas, aproveitando-se de um ponto cego nas câmeras. Todas as malas seguiram no voo para a Alemanha.

Duas mulheres chegaram ao aeroporto e entregaram as malas com cocaína a uma funcionária de uma companhia aérea em um dos guichês, que admitiu fazer parte do esquema.