No mercado de trabalho, as mulheres ganham menos, pois apresentam porcentagem salarial inferior e são a maioria na liderança do lar. A pesquisa foi publicada pelo levantamento pertence ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (PnadC), realizada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Além disso, os dados mais recentes indicam que elas podem render menos em alguns casos.
Rendimento por gênero
Com o rendimento comparado aos homens, a média mensal da mulher foi estimada em 21% menor nos últimos três meses de 2022. Nas áreas da saúde e educação, as mulheres ocupam 75% das vagas e apresentaram um rendimento médio em 32% inferior aos homens. As mulheres recebem menos mesmo nesses casos de maioria.
“A desigualdade de gênero no mercado de trabalho reproduz e reafirma esse desequilíbrio já existente em todas as esferas da sociedade, sob a forma do machismo. A partir dos papéis atribuídos a homens e mulheres, negros e negras, desenham-se as desigualdades e as relações de poder, seja econômico, sexual ou político”, afirmou a pesquisa do Dieese.
Mulheres ganham menos, mas são as principais responsáveis pela família
As mulheres apresentam-se em maioria em alguns setores do mercado, ocupam 91% das vagas do trabalho doméstico e recebem 20% a menos que os homens.
Nesses serviços, com o nível fundamental incompleto, a mulher recebe R$ 819 em 12 meses no ano; com o ensino fundamental completo, o salário sobe para R$ 972 e atinge R$ 1.087 com o ensino médio completo.
Nas áreas da saúde, educação e outros serviços, em um período de um ano, a mulher com o ensino fundamental incompleto ganha R$ 1.333, atingindo R$ 4.063 com a formação do ensino superior completa.
Nessas mesmas áreas e durante o mesmo período de trabalho, o homem ganha R$ 1.928 com o fundamental incompleto e atinge o maior salário com o ensino superior completo, ganhando R$ 6.331.
Apesar da diferença, como aponta a pesquisa levantada pelo Dieese, as mulheres são a maioria na responsabilidade familiar. Cerca de 38,1 milhões de famílias, uma porcentagem de 50,8%, apresentam as mulheres como líderes.
As famílias geridas por um homem chegam a 49,2%, com um total de 36,9 milhões.
“Os indicadores mostraram o que se vivencia na prática: um contingente de mulheres que ganha menos se insere de forma precária e leva mais tempo em busca de colocação no mercado de trabalho”, apontou a pesquisa do Dieese.