A Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) em conjunto com a 31ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus), deflagrou ação na segunda-feira (23/01), que resultou na prisão de Natan de Melo Furtado, 33, conhecido como “Giban”, considerado um serial killer, apontado como autor de três feminicídios ocorridos no Amazonas. A prisão ocorreu no quilômetro 15, da Rodovia Federal BR-174, em Iranduba.
Durante coletiva de imprensa realizada na sede da DEHS, no bairro Jorge Teixeira, zona leste de Manaus, o delegado Ricardo Cunha, titular da unidade policial especializada, destacou o êxito nas investigações desse caso conduzidas pelo Núcleo de Combate ao Feminicídio (NFC), bem como sua prisão com apoio de policiais da 31ª DIP de Iranduba, sob coordenação do delegado Raul Augusto Neto.
“Hoje trazemos a apresentação das investigações em torno deste homem considerado um ‘serial killer’, tendo em vista que vitimou três mulheres, com padrões parecidos; idades acima de 40 anos e solteiras. Ele se aproximou delas, ganhou confiança, adquiriu vantagens, e depois retirou a vida dessas pessoas de forma brutal”, relatou Cunha.
Crimes
Conforme a delegada Marília Campello, coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio, os dois primeiros feminicídios ocorreram em Boca do Acre (a 1.028 quilômetros da capital), nos dias 27 de setembro de 2016 e 27 de junho de 2021, e tiveram como vítimas Esmeralda Rocha da Cruz e Ana Lucia Barbosa da Silva, que tinham 51 e 45 anos, respectivamente. Ambas foram mortas com golpes de arma branca e tiveram seus corpos queimados como forma de ocultar os crimes.
A delegada relatou que ele chegou a ser preso em flagrante em 2021, naquele município, mas fugiu e veio para Manaus. Com ambas as vítimas, ele mantinha relacionamento amoroso.
Já em Manaus, no dia 22 de junho de 2022, ele cometeu o terceiro feminicídio, que teve como vítima Leonor Maria Nascimento da Silva, que tinha 57 anos. Ela foi encontrada morta com 73 perfurações causadas por arma branca, em sua residência no bairro Raiz, zona sul.
“Com a Leonor ele não tinha nenhum relacionamento afetivo. Era uma mulher idosa que vivia com sua filha, uma trabalhadora. Um dia, sua filha voltou do trabalho e encontrou a mãe morta. Imagens de câmeras registraram o momento em que ele saiu do local com alguns objetos. Estamos aguardando o resultado da perícia para constatar se ela foi abusada sexualmente. Mas a motivação de todos os crimes é clara, ódio brutal as mulheres”, enfatizou Marília Campello.
Procedimentos
Natan responderá por feminicídio. Ele será encaminhado à audiência de custódia e ficará à disposição do Poder Judiciário.