SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Marcus Vinicius Machado Rocha, passageiro que estava na Porsche no momento do acidente ocorrido na zona leste, na semana passada, permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva). Ele passará por uma cirurgia ainda nesta segunda-feira (8). O seu estado de saúde é considerado “delicado”.
O jovem de 22 anos quebrou quatro costelas e precisou retirar baço, segundo informação divulgada por seu advogado de defesa, José Roberto Soares Lourenço, em contato com UOL. Ele está entubado e internado na UTI do Hospital São Luiz Anália Franco.
Marcus Vinicius fará uma cirurgia nesta segunda (8), devido “a um derrame pleural bilateral”.
Sobre a situação atual de Marcus, comunicam que ele continua internado na Unidade de Terapia Intensiva e fará uma cirurgia devido a um derrame pleural bilateral com permanência de dreno em ambos os lados, complicações causadas pelo trauma. Seu estado de saúde é delicado. José Roberto Soares Lourenço, advogado de Marcus Vinicius, ao UOL
O estudante estava no banco de carona da Porsche, quando Fernando Sastre bateu na traseira do carro do motorista de aplicativo, Ornaldo da Silva Vianna, de 52 anos, que morreu no local. A polícia ainda espera ouvi-lo após a liberação do hospital.
O UOL também entrou em contato com o Hospital São Luiz Anália Franco, que disse não ter autorização para passar informação sobre o estado de saúde dele.
Fernando Sastre de Andrade Filho foi liberado da delegacia na noite de segunda-feira (1º) após prestar depoimento. Ele se apresentou à polícia 38 horas após ter deixado o local do acidente. “Ele falou só o básico para não se culpar”, afirmou o delegado Nelson Vinicius Alves, acrescentando que Fernando estava frio e tranquilo durante o depoimento.
O condutor do Porsche foi indiciado por homicídio doloso (quando há intenção ou se assume o risco de matar). Ele também deve responder por fuga do local do acidente e lesão corporal, em razão dos ferimentos sofridos pelo passageiro que estava com ele. Inicialmente, o caso havia sido registrado como homicídio culposo (quando não há intenção de matar).
A Justiça de São Paulo negou o pedido de prisão temporária de Fernando, feito pela Polícia Civil. A prisão temporária tem duração de 5 a 30 dias, com possibilidade de prorrogação pelo mesmo período.
Defesa de Fernando diz ser “prematuro” julgar as causas do acidente. Em nota divulgada na segunda-feira (1º), os advogados Carine Acardo Garcia e Merhy Daychoum defendem que suposições não devem ser realizadas, já que os laudos periciais não foram concluídos, e afirmam que o homem não fugiu do local do acidente.
O QUE SE SABE SOBRE O ACIDENTE
Acidente aconteceu na madrugada de domingo (31), na avenida Salim Farah Maluf. Testemunhas contaram à polícia que Fernando fez uma ultrapassagem em alta velocidade -o limite de velocidade na via é de 50 km/h- perdeu o controle e colidiu com traseira de um Sandero.
O motorista de aplicativo foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. Ele foi levado pelo Corpo de Bombeiros ao Hospital Municipal do Tatuapé, onde deu entrada com quadro de parada cardiorrespiratória. A morte, segundo o médico que o atendeu, ocorreu devido a traumatismos múltiplos.
Mãe de Fernando foi ao local do acidente e levou o filho embora. De acordo com o registro da ocorrência, Daniela Cristina De Medeiros Andrade informou aos policiais que levaria o filho ao Hospital São Luiz Ibirapuera, devido ao leve ferimento que ele apresentava na região da boca.
Os policiais foram ao hospital para colher o depoimento do motorista e fazer o teste do bafômetro. Na recepção, foram informados de que ele não deu entrada em qualquer unidade da rede. A polícia foi até a casa da família e tentou contato com mãe e filho por telefone, sem sucesso.
A Polícia Militar disse que vai averiguar um “possível erro operacional” que teria permitido a fuga. Em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que analisará a dinâmica da ocorrência. O órgão não informou se a averiguação será feita via corregedoria.