Em viagem no Guarujá, litoral paulista, o presidente Jair Bolsonaro conversou com apoiadores e disse que “se pudesse” passaria o comando da Petrobras para o seu vice, Hamilton Mourão. Bolsonaro reclamou das críticas que sofre em relação ao preço dos combustíveis, mas segue afirmando que não interfere na política da empresa.
“O dólar está diretamente ligado ao preço do combustível por lei. Eu tenho que cumprir a lei. Eu não mando na Petrobras. Eu quero… Se eu pudesse eu passava a Petrobras para o Mourão administrar, ‘olha, se aumentar combustível quem manda é o Mourão’”, disse.
Bolsonaro afirmou que não vai “congelar os preços na canetada”, e que sua responsabilidade passa apenas por indicar o presidente da estatal. Em fevereiro, ele indicou o general Joaquim Silva e Luna para o comando da petroleira.
“Eu indico o presidente [da Petrobras], mas eu não posso segurar preços de combustíveis. Ou melhor, o presidente não pode segurar. Ele responde civil e criminalmente”, disse.
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O presidente não nega que os preços estão elevados e voltou a sugerir a criação de um fundo para compensar altas repentinas no preço dos combustíveis e do gás de cozinha.
“Está caro o combustível, ainda mais em um país que produz mais de 3 milhões de barris de petróleo [por dia], mas a legislação fala na paridade do preço lá de fora. Não precisava ser assim. Não temos um fundo compensador para a variante do preço do combustível e todo mundo paga essa conta. Eu não posso rasgar contratos”, declarou.
“O Arthur Lira está nos ajudando, tem um projeto nesse sentido para regulamentar uma emenda constitucional de 2001. Parece que não teremos sucesso”, disse Bolsonaro sobre uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que tramita no Congresso para mudar o regime de cobrança do ICMS.