Em ano eleitoral, o governo planeja um pacote de “bondades”, que inclui correção da tabela do Imposto de Renda, reajuste para servidores e um benefício para catadores.
O plano em relação à tabela do IR é elevar a faixa de isenção dos atuais R$ 1,9 mil para R$ 2,5 mil. Em relação ao reajuste dos servidores há quatro opções em discussão, uma das quais conceder reajuste de 4% a 5%, para todos os servidores a partir de julho. Para os catadores, a intenção é adicionar até R$ 300 por mês na renda mensal desses trabalhadores com recursos bancados por empresas, sem dinheiro público.
Críticos consideram que medidas como essas, neste momento, estão associadas à campanha eleitoral do segundo semestre. O presidente Jair Bolsonaro busca a reeleição.
“O que mais preocupa é a falta de planejamento porque nós estamos já em abril do ano eleitoral, e as medidas — sem entrar no mérito — poderiam ter sido discutidas no ano passado, quando a proposta orçamentária foi elaborada”, afirma Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente, organismo vinculado ao Senado que tem por objetivo ampliar a transparência nas contas públicas.
Para Salto, não há mais espaço no teto de gastos (regra que limita o crescimento do gasto público) para acomodar um eventual reajuste de 5% para todos os servidores. Ele também considera que a proposta de correção da tabela do IR é “fiscalmente irresponsável” porque ampliar a quantidade de contribuintes isentos de pagar impostos implica abrir mão de arrecadação nos próximos anos.
Na área econômica do governo, críticas sobre os gastos extras são contestadas com o argumento de que “não adianta tirar 10 no fiscal e zero no social”, numa demonstração de que foi assimilado o discurso eleitoral.
Fonte: G1