Foto: Andressa Carmo

No mês dedicado a conscientização para a detecção precoce do câncer de mama, o outubro Rosa, surgiu no início da década de 1990, quando o símbolo da prevenção ao câncer de mama, o laço cor-de-rosa, foi lançado pela primeira vez pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, nos Estados Unidos.

A data entrou para o calendário mundial e em Manaus não poderia ser diferente, principalmente com a realização da 6ª edição do projeto Click Solidário idealizado pelo jornalista e fotógrafo Edivan Farias, do portal de notícias Blitz Amazônico, que esse ano terá o seguinte tema: Guerreiras na resistência, empreender para sobreviver.

E para falar sobre o assunto, o portal de notícias Blitz Amazônico conversou com a pedagoga, Thays Oliveira que compartilhou um pouco da sua emocionante história de vida e superação.

Foto: Andressa Carmo

“Fui diagnosticada com câncer de mama aos 25 anos, e foi algo que me pegou totalmente de surpresa, pois até então eu não tinha nenhum contato com a doença e acreditava que só mulheres a partir dos 40 anos eram acometidas (infelizmente mulheres cada vez mais jovens vêm sendo diagnosticadas) ”, contou.

PRIMEIROS SINTOMAS

“Os sinais começaram com um cansaço excessivo e logo em seguida eu senti um nódulo, um pouco acima da mama esquerda, foi quando resolvi procurar um médico, que me pediu uma ultrassonografia mamária. A partir desse exame eu descobri ter não só o nódulo que eu conseguia palpar, mas também outros dois nódulos”, revelou.

ERRO NO DIAGNÓSTICO

“O médico ultrassonografia a me encaminhou para o mastologista, especialidade que até então era desconhecida por mim. Infelizmente recebi uma informação equivocada, acredito que por conta da minha idade e pelo fato de não ter histórico de nenhum familiar com esse diagnóstico, o médico disse que câncer de mama na minha idade não tinha, ou se tinha era loteria e que eu deveria ficar tranquila. Isso aconteceu em março de 2020, logo em seguida todos os hospitais foram fechados para atender somente os casos de covid e emergências. O que atrasou ainda mais eu descobrir o que tinha, passaram-se 5 meses e o nódulo que era palpável aumentou absurdamente e também começou a sair um líquido amarelado e com cheiro forte pelo mamilo, parecido com colostro, comecei também a sentir dor na região das mamas”.

CÂNCER CONFIRMADO

“Resolvi então procurar uma segunda opinião com outro mastologista, que me informou que realmente na minha idade e sem histórico os casos são raros, mas não são impossíveis. Fiz a biópsia da mama e 12 dias depois veio o resultado, carcinoma invasivo de tipo não especial (câncer). Eu desmoronei, pois li o resultado sozinha, o que não recomendo a ninguém. Entrei em uma fase que chamo de luto, eu não negava o diagnóstico, porém não queria fazer tratamento. Infelizmente o que muito se mostra por aí é que o câncer está ligado à morte, e realmente está. Mas se descoberto precocemente o paciente tem até 90% de chances de cura. O medo quis me paralisar, mas olhei para o meu filho e resolvi lutar”.

INÍCIO DO TRATAMENTO

“Comecei o protocolo de tratamento pelas quimioterapias, com 17 dias da primeira quimioterapia meus cabelos começaram a cair, resolvi acabar com o sofrimento de uma vez e raspar logo tudo (esse momento é único na vida de cada paciente, recomendo que vivenciem da forma como for melhor para você), mas que lembre que isso vai passar. Logo em seguida veio a mastectomia, que para mim foi a parte mais difícil do tratamento, até então eu tentava lidar com tudo positivamente, mas no primeiro banho após a cirurgia, quando olhei para o meu corpo e me vi mutilada, sem uma mama foi muito cruel, desabei”, revelou.

APOIO DA FAMÍLIA

“Minha mãe estava comigo nesse momento e disse algo muito sábio: ‘filha, você está viva’. E sim, eu estava viva. A retirada da mama foi necessária para o sucesso do tratamento, foi o preço que eu tive que pagar para ver o meu filho crescer, para continuar vivendo. Resolvi então ressignificar a minha dor, poder dar sentido a tudo o que eu estava vivendo. Costumo dizer que o câncer na minha vida foi como um furacão que chegou derrubando tudo, mas furacões passam. E depois vem a calmaria, a oportunidade de reorganizar as coisas, de ver o que se passou e tentar de alguma forma tirar algo de bom. Porque a vida é linda! Se você tiver passando por esse processo, saiba que você não está sozinha! O processo não é fácil, mas que em tudo há um propósito”, finalizou.

Essa é a história dessa guerreira da vida chamada Thays Oliveira. Quem quiser interagir com ela pode acessar sua página pessoal no Instagram @thays_oli. Ela acrescenta ainda que somente 10% dos casos de câncer de mama são hereditários, por isso a importância do autoexame e realizar a mamografia anualmente.

Fonte: Blitz Amazônico