O tratamento do câncer de mama mudou muito nos últimos 30 anos. O tumor não é mais uma sentença de morte. Longe disso, a taxa de sucesso alcançado com enfrentamento da doença varia entre 80% e 70% dos casos. Os cuidados agora não passam obrigatoriamente pela quimioterapia. O diretor-presidente e médico mastologista da Fundação Cecon, Gerson Mourão, conta um pouco dessas inovações ao tratamento no Amazonas.
Hoje, não são todas as pacientes que perdem os cabelos ou são submetidas a cirurgias radicais para retirar as mamas. A imagem da mulher prostrada pela enfermidade não se encaixa mais na realidade. Com a evolução das tecnologias destinadas à prevenção e ao combate da doença, tumores identificados com antecedência podem ser exterminados mesmo sem o tratamento radical que, ao longo dos anos, tornou-se padrão. A medicina ruma para trabalhar com a precisão: o objetivo é encontrar protocolos perfeitos para cada tipo de câncer e diminuir o peso físico e emocional de lidar com a doença.
Uma das principais evoluções que a oncologia mamária conquistou nos últimos anos foi a consolidação de que o câncer de mama não é uma única doença. Hoje, sabe-se que os tumores são divididos em pelo menos três categorias: hormônio positivo (que tem expressão de receptores hormonais), o HER2 positivo (proteína presente em cerca de 20% dos tumores) e o triplo negativo (sem nenhum dos receptores).
Se antigamente o padrão era cirurgia, quimioterapia e radioterapia, hoje o cenário mudou. Principalmente em mulheres com cânceres em estágios iniciais, dependendo do resultado dos exames, pode-se pular a quimioterapia e substituí-la por um tratamento menos agressivo, como a hormonioterapia, por exemplo. Os fármacos administrados no tratamento também evoluíram e algumas pacientes já não começam o processo pela cirurgia. O médico diretor-presidente da Fundação Cecon, Gerson Mourão, fala um pouco dessa evolução no Amazonas.
Evolução
“Nós temos hoje uma grande promessa na fundação Cecon de um novo equipamento de mamografia que é chamado de mamógrafo digital. Este é acoplado com um equipamento que faz a biópsia na hora que ele vê a lesão, isso gera um grande resultado de se descubrir o tumor precocemente” afirma doutor Gerson.
“A segunda coisa é que a Semsa junto com a Fundação Cecon e o Estado, estão criando um acordo em que a mulher que descobre um caroço em uma UBS, não vai precisar esperar nove meses para ter atendimento especializado. Tudo será resolvido lá fora e o que chegar ao Cecon será apenas casos de tumor biópsiado de início. Essa é a nova história que o Cecon quer realizar.”
Amazonas
“Nós temos de previsão para este ano que seja 450 mulheres com câncer de mama. O Amazonas ainda tem o triste índice do Câncer de colo de útero, são 640 casos por ano. Essa diferença é muito grande, por isso estamos na luta também junto com a Semsa para a liberação da vacina HPV nas escolas. Isso mudará muito a história do câncer daqui a 3 anos”, declarou doutor Gerson.
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