O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou, na madrugada desta segunda-feira (9/1), que ocorra a “desocupação e dissolução total”, em até 24 horas, de acampamentos bolsonaristas montados em áreas militares de todo o país. A decisão diz, ainda, que todos os participantes sejam presos em flagrante por diversos crimes.
A decisão atinge em cheio o acampamento que se forma há dois meses na frente do Comando Militar da Amazônia (CMA). Polícia Militar (PM) do Amazonas será obrigada a agir em Manaus. Mesmo após a ordem de retirada dos manifestantes e limpeza no local, bolsonaristas continuam em frente ao CMA e alegam que não vão sair do local.
Desde o dia 2 de novembro de 2022, um pouco mais de dois meses, os manifestantes continuam protestando contra o resultado das eleições presidenciais de 2022. Órgãos de segurança do Amazonas tentam negociar com manifestantes para a retirada.
A juíza Jaiza Fraxe, da Justiça Federal do Amazonas, determinou, na manhã desta segunda-feira (9), a retirada imediata da ocupação bolsonarista montada em frente ao CMA (Comando Militar da Amazônia), no bairro Ponta Negra, zona oeste de Manaus. Conforme a juíza, a ordem deve ser cumprida até as 18h de hoje. Ela autorizou o uso de força policial e apreensão de equipamentos no local.
“Caso necessário, autorizo o uso de força policial para o cumprimento da decisão, a apreensão de todo e qualquer equipamento, lonas, barracas, geradores de energia, carros de som, banheiros químicos e o que mais for usado para desobedecer a ordem judicial, praticar crimes e atos de violência, devendo ser retirado todo material e equipamento que esteja obstruindo a via pública, calçada, jardim, acostamento e inclusive imediações e portas de entrada e saída do Comando Militar da Amazônia”, diz trecho da decisão.
A magistrada considerou, ainda, a agressão de manifestantes a profissionais da imprensa com objetivo de censurar a liberdade de imprensa no país. Também no domingo, uma equipe de reportagem do jornal Acrítica que tentava mostrar a movimentação no local foi coagida e ameaçada por bolsonaristas.
De acordo com a decisão, a Prefeitura de Manaus terá que retirar os veículos que estiverem obstruindo as vias públicas, calçadas e jardins. Em relação a área interna do CMA, que é área militar federal, Fraxe disse que “cabe ao seu Comandante impor a ordem em suas dependências, não sendo essa atribuição do juízo federal”.
*Informações estão sendo atualizadas