O presidente da Rússia, Vladimir Putin , afirmou nesta sexta-feira (18) que os países ocidentais “vão achar uma desculpa” para implementar duras sanções contra Moscou por conta da crise na fronteira ucraniana .
As afirmações ocorreram após uma reunião com seu homólogo de Belarus, Aleksandr Lukashenko, país no qual cerca de 30 mil militares russos estão em treinamento conjunto também nas áreas de fronteira.
Putin destacou, segundo divulgou a agência de notícias estatal Tass , que essas sanções são “ilegais” porque violam as “leis internacionais”.
O mandatário ainda ressaltou que seu governo está pronto para fazer tratativas intensas com os Estados Unidos e com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), mas só se as reuniões “incluírem os pedidos de garantia sobre a segurança” propostas pelo Kremlin.
Em outro ponto de sua fala, Putin concordou com o que seu porta-voz e ministros russos vêm alertando nesta semana, de que a situação na área separatista ucraniana do Donbass, que inclui Donetsk e Lugansk, está “se deteriorando”.
A área separatista vem registrando uma alta quantidade de ataques e violações dos Acordos de Minsk, firmados em fevereiro de 2015, que incluiu um cessar-fogo . Lideranças de Lugansk até orientaram seus cidadãos a buscarem refúgio em cidades próximas da Rússia e as de Donetsk pediram para que todos os “homens peguem em armas” para defender o território.
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Os enfrentamentos entre os rebeldes pró-Rússia e as forças oficiais aumentaram nesta semana em meio à tensão de um conflito entre ucranianos e russos — e também após a Duma, o Parlamento baixo de Moscou, pedir que Putin reconheça as duas regiões como repúblicas independentes. O presidente negou o pedido, dizendo que isso viola os Acordos de Minsk.
Donbass
A região separatista do Donbass vive em constante tensão desde 2014, quando se iniciou a crise mais grave entre Rússia e Ucrânia e que voltou a se acentuar agora.
Os conflitos armados na área foram intensos, com milhares de mortos entre as forças oficiais e os rebeldes, mas se acalmaram e diminuíram desde fevereiro de 2015, quando foram assinados os Acordos de Minsk entre Kiev e Moscou sob a intermediação de Alemanha e França.
Os documentos preveem diversas ações de ambos os governos, mas pouco saiu de papel. O que tinha sido mais implementado, de fato, era o cessar-fogo em Lugansk e Donetsk. Além disso, entre as medidas firmadas pelos dois governos, os russos não poderiam mais financiar os rebeldes e os ucranianos precisariam dar um status de regiões autônomas aos dois locais — mas nenhuma das duas regras foi colocada em prática de fato.