O número de internações por complicações respiratórias decorrentes da Covid-19, caracterizada como Srag (síndrome respiratória aguda grave), voltou a subir no Brasil. Os dados são do último boletim InfoGripe, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), e correspondem ao período de 26 de fevereiro a 4 de março.
Anteriormente, o crescimento se limitava ao estados do Amazonas e São Paulo. Porém, a tendência também foi constatada agora em 18 das 27 unidades federativas, como Ceará e Rio de Janeiro, e em 20 das 27 capitais do país.
O número de casos de Srag em crianças e adolescentes está em processo de desaceleração, enquanto há uma tendência de aumento na população adulta.
“O crescimento entre crianças e adolescentes está presente em estados de todas as regiões; já o aumento recente de casos na população adulta está restrito a alguns estados, porém avançando no território”, disse o pesquisador Marcelo Gomes, em comunicado.
Apenas no Amazonas, Ceará, Rio de Janeiro e São Paulo observa-se um aumento em todas as faixas etárias. No Pará e em Mato Grosso do Sul há indícios de crescimento dos casos de Srag na população a partir de 80 anos, associado principalmente à Covid-19.
“O aumento de Srag em crianças observado em estados de todas as regiões do país ainda não possui associação clara com algum vírus respiratório específico. Na Bahia, em Mato Grosso do Sul, no Paraná, em Santa Catarina e, em menor escala, em São Paulo, existe o aumento nos casos positivos para rinovírus nas crianças até 11 anos”, informou Gomes.
O Sars-CoV-2, vírus causador da Covid, foi responsável por 49,7% dos casos de Srag, seguido por influenza A (2,8%), influenza B (3%) e vírus sincicial respiratório (26,8%).
Entre os óbitos, as causas foram influenza B (3,1%), influenza A (3,9%), vírus sincicial respiratório (0,08%) e Sars-CoV-2 (91,4%).
“O cenário de aumento recente de casos de Srag associados à Covid-19 reforça a importância de adesão à campanha de vacinação, iniciada no dia 27 de fevereiro, para que não gere impacto significativo em termos de casos graves”, reforçou o pesquisador.