Começou nesta quinta-feira (07) o julgamento de um homem de 100 anos que atuou como guarda no campo de concentração nazista Sachsenhausen, próximo de Berlim, na Alemanha . Apesar da idade avançada, o homem cuja identidade não pode ser revelada, deve participar presencialmente de todas as audiências.
Nesta manhã, ele chegou ao tribunal estadual de Neuruppin, em Brandemburgo, em uma cadeira de rodas, cobrindo o rosto com uma pasta de documentos.
A acusação foi apresentada em fevereiro. De acordo com a emissora pública de televisão NDR, a denúncia ressalta que o ex-guarda contribuiu “material e intencionalmente” para os assassinatos de pelo menos 3.518 pessoas durante os anos de 1942 e 1945, quando trabalhou no local.
Conforme a denúncia, concretamente, o acusado teria contribuído para o fuzilamento de prisioneiros de guerra soviéticos, além de ter sido cúmplice de assassinatos em câmaras de gás. Outros presos do campo teriam perdido a vida “através da criação e manutenção de condições hostis à existência”.
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Construído em 1936, Sachsenhausen se tornou conhecido por ter sido palco dos primeiros experimentos para o assassinato em massa de prisioneiros em câmaras de gás. Estima-se que até 200 mil pessoas tenham sido enviados à força para o local até 1945.
Crimes nazistas
A justiça alemã corre contra o tempo para responsabilizar pessoas que tenham cometido crimes nazistas. Muitos já faleceram, mas há atualmente 17 processos em andamento e nenhum dos acusados tem menos de 95 anos.
Desde a condenação a uma pena de cinco anos de prisão para John Demjanjuk, em 2009, aos 91 anos, foram abertas portas para outros julgamentos do tipo. Demjanjuk foi acusado de cumplicidade em mais de 28 mil casos de homicídio.