A Secretaria de Estado de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania (Sejusc) tem como nova gestora a ex-vereadora Mirtes Sales (Republicanos) que pretende voltar com alguns projetos esquecidos como o Barco Pai e ter uma gestão humanizada, cada vez mais próxima da sociedade. Em uma entrevista exclusiva ela conta como é viver esse desafio em meio a uma pandemia.

A Sejusc é uma das secretarias que tem feito um trabalho efetivo com a população de baixa renda. “Primeiro tivermos um olhar para a capital que estava em estado de Emergência devido a questão da pandemia e agora com as cheias dos rios no interior, um deles é o Rio Acre. Durante a alta da pandemia a Sejusc fez a entrega de oxigênio domiciliar para PCD’s e idosos com Covid-19”, afirmou a secretária Mirtes Sales.

“Na próxima semana estaremos inaugurando um abrigo para moradores de rua. Estamos na fase final, sendo uma solicitação do Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público Federal (MPF). Até para evitar um aumento e transmissão da Covid-19 por moradores de rua, todas estão sendo monitoradas, testadas e muitos deram positivos, e por viverem de forma vulnerável podem vir a óbito.”

A Sejusc tem conseguido ótima atuação com o público PCDs, junto com o ativismo da Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência (Seped). “A participação dos PCD’s tem ajudado a diminuir a diferença na sociedade, nosso projeto ‘Seped Abraça’ no momento está com o atendimento virtual. Hoje, infelizmente, tivermos um acréscimo de PCD’s com Covid-19, pessoas com Síndrome de Down requer um cuidado especial e emergencial, a equipe do ‘Seped Abraça’ faz o acompanhamento dos enfermos”

“No ano passado houve um aumento de 30% nos casos de Violência Doméstica porque toda a família estava em isolamento social. Os idosos que sofrem violência durante essa pandemia é alto, ao contrário da primeira onda do Covid-19 que era só as mulheres, agora na segunda onda são as mulheres e idosos, e isso por parte de membros da própria família, como filhos, netos e genros.”

O público infanto-juvenil tem sido notório durante a pandemia. Hoje dentro dos Centros Socioeducativos é feito um trabalho de ressocialização. Os Origami são feitos pelos internos, tudo através de oficinas e palestras. A ideia é tentar dar uma segunda chance através de curso profissionalizante. Houve uma diminuição nas internações, com avaliação de um juiz e alguns voltaram para suas casas. Antigamente o sistema tinha problemas de superlotação, rebelião, estupros e até óbitos. Hoje no semiliberdade a família participa diretamente.

Origami feito por internos dos Centros Socioeducativos

Fotos: Secom / Flavia da Hora