Iniciado há pouco mais de duas semanas por servidores da Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), com o apoio de prefeituras municipais, o mapeamento da área onde o novo foco de monilíase do cacaueiro foi detectado, no Amazonas, já começa a apresentar os primeiros resultados.
Segundo o engenheiro agrônomo e gerente de Defesa Vegetal (GDV) da autarquia, Sivandro Campos, focos pontuais da doença foram identificados em plantações não comerciais de cupuaçu e cacau nos municípios de Benjamin Constant (distante 1.121 quilômetros de Manaus) e Tabatinga (a 1.108 quilômetros da capital). O trabalho da equipe de emergência também abrangeu São Paulo de Olivença (a 985 quilômetros de Manaus), onde não foram detectados focos.
Desde o dia 29 de novembro, uma equipe de emergência percorre a região para mapear as propriedades que possuem plantio de cacau ou cupuaçu, ambos frutos hospedeiros da praga quarentenária, e assim delimitar a expansão da doença no estado.
O trabalho realizado pelos técnicos envolve diversas etapas, entre elas o cadastro das propriedades visitadas/inspecionadas, o georreferenciamento das propriedades e a realização do procedimento de “câmara úmida”, quando há suspeita de ocorrência da praga. “Havendo a esporulação, um novo foco da praga está caracterizado”, explica Sivandro.
O gerente de Defesa Vegetal da Adaf aponta ainda que apenas após o término de toda esta prospecção será possível saber com precisão como a monilíase do cacaueiro está distribuída na região. Foram visitadas 30 comunidades nos três municípios, com inspeção de 75 propriedades.
Trânsito proibido
A detecção do primeiro foco de monilíase do cacaueiro, no Amazonas, foi anunciada pelo Mapa no dia 17 de novembro deste ano, e aconteceu durante ações de monitoramento realizadas por uma equipe de técnicos do ministério, com o apoio da Adaf, em Tabatinga. A confirmação se deu por meio de análise laboratorial realizada pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de Goiânia (LFDA/GO).
“A ação rápida de todos os órgãos envolvidos é fundamental para conter os focos da praga, preservando a sanidade vegetal em nosso estado e evitando mais transtornos aos produtores rurais”, destaca Alexandre Araújo, diretor-presidente da Adaf.
Conforme a Portaria SDA nº 703, de 21 de novembro, o Amazonas, assim como os municípios de Cruzeiro do Sul, Mâncio Lima, Rodrigues Alves, Marechal Thaumaturgo e Porto Walter, no estado do Acre, estão sob quarentena para a praga quarentenária ausente Moniliophthora roreri. Com isso, está proibido o trânsito de materiais vegetais das espécies hospedeiras para as demais unidades da federação até que seja declarada a erradicação dos focos confirmados da praga.
O objetivo da interrupção do trânsito é conter e evitar a dispersão da doença para outras áreas de cultivo de cacau e cupuaçu.
A Adaf prepara uma portaria estadual disciplinando o trânsito de vegetais e partes de vegetais das espécies hospedeiras dos municípios de Tabatinga e Benjamin Constant para outros municípios do estado e para outras unidades da federação, com o objetivo de evitar a disseminação da praga.
Com informações da Agência Amazonas*