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Marcelo Tupinambá aparece em segundo lugar nas intenções de votos, com 24,3%

O cenário político de quem deve vencer o pleito para o cargo de prefeito em 2024 no município de Autazes (a 111 quilômetros) ainda é indefinido, já que os três primeiros possíveis candidatos estão tecnicamente empatados entre o filho do ex-prefeito Thomé Filho, falecido em 2023,  o ex-vereador Thomé Neto, o atual vice-prefeito  – investigado pelo Ministério Público do Amazonas por abuso de poder econômico -, Marcelo Tupinambá e o ex-prefeito Wanderlan Sampaio.

Na pesquisa da Perspectiva Mercado e Opinião, divulgada no dia 7 de julho de 2023, Thomé aparece em vantagem, com 26,3%, Marcelo com 24,3% e Wanderlei com 23%. Mas os dados refletem empate técnico. Nas últimas posições abaixo de 10%, estão: Baixinho Ramalho (6,6%), Macley Araújo e Doutor Olavo com 1,2%, cada.



Apesar do empate técnico entre os três primeiros, o vice-prefeito Marcelo Tupinambá aparece com uma vantagem, já que não é o mais rejeitado. Tupinambá possui 14,8% do potencial de rejeição, atrás de Thomé Neto, que tem 21,8% e lidera o ranking. O atual prefeito do município, Andreson Cavalcante (UB), não pode concorrer nas eleições de 2024, porque foi reeleito em 2020, porém, a pesquisa mostra que ele possui força para lançar seu vice para dar continuidade ao seu trabalho, já que Andreson possui mais de 50% de aprovação do eleitorado.

Má gestão

Entretanto, não é de hoje que a Prefeitura de Autazes é investigada pelo Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE-AM), e pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM) por suspeitas de má gestão, irregularidades e omissões referente à administração do município. Em junho de 2023, o MP-AM decidiu apurar possíveis casos de abuso de poder econômico durante uma eleição local em Autazes. Um dos investigados é Andreson Adriano Oliveira Cavalcante, prefeito do município, e seu vice, Marcelo da Silva Tupinambá. Na sua gestão anterior, o prefeito de Autazes já havia chamado a atenção quando contratou os cantores Wesley Safadão e de Dorgival Dantas, em junho de 2022, pelo valor de R$ 780 mil para a 24° edição da Festa do Leite.

Investimento milionário

Em janeiro deste ano, a Prefeitura do município de Autazes, sob o comando do prefeito Andreson Cavalcante (PSC) contratou uma empresa atuante no segmento da informática para fornecer mais de 36,4 mil latas de leite em pó da marca Ninho para atender as necessidades da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas).

O Pregão Presencial Nº 72/2023-CGL foi publicado no Diário Oficial Eletrônico dos Municípios do Estado do Amazonas (DOEM-AM). Inscrita sob o CNPJ 23.104.327/0001-09, a empresa contratada é a Prodigy Comércio Ltda, que tem como atividade principal voltada para o comércio atacadista de equipamentos de informática.

O documento aponta que cada lata custa em torno de R$ 37 que, com a quantidade solicitada pelo órgão municipal, resulta em R$ 1.344.800 (um milhão, trezentos e quarenta e quatro mil e oitocentos reais) dos cofres públicos.

Ainda em janeiro deste ano, Anderson Cavalcante realizou um extrato de contrato que deixou muitos cidadãos surpresos e levantou inúmeros questionamentos sobre a gestão dos recursos públicos. O que chamou a atenção neste contrato foi o alto valor pago pela Prefeitura à empresa L. M. DA SILVA LTDA, para uma cidade de médio porte, esse montante não passou despercebido, levando a população a questionar se esse investimento em pavimentação seria realmente necessário, especialmente em um momento em que tantas outras demandas clamam por investimentos e a necessidades.


Visibilidade de forma irregular

Em dezembro de 2023, Andreson Cavalcante, foi investigado por contratar um portal de notícias com o objetivo de dar publicidade aos atos de gestão praticados no exercício do cargo. O parecer foi publicado pelo Ministério Público do Amazonas (MP-AM). A proposta de investigação foi feita pelo Partido Verde (PV) e indica como provas as conversas em um grupo de WhatsApp na qual o também investigado Eduardo Sampaio agradece a Andreson por apoiar suas publicações.

O documento alegava que tais elementos caracterizam o uso do poder econômico para dar visibilidade de forma ilícita e para desequilibrar o pleito daquele ano aos investigados na chapa. Os investigados apresentaram contestação apontando preliminarmente a ilegitimidade ativa e a validade das provas juntadas.

Entramos em contato com a assessoria do município com o intuito de que fosse fornecido mais esclarecimentos sobre os casos de irregularidades, além de saber quais serão as próximas ações da Prefeitura de Autazes durante este ano eleitoral, porém, não obtivemos nenhum retorno. O espaço segue aberto para esclarecimento.