Duzentos e trinta e três mil pessoas da região Norte se auto identificaram como homossexuais ou bissexuais
O mês de junho é o Mês do Orgulho LGBTQIA+ no mundo todo , a data foi criada com o objetivo para conscientizar e reforçar a importância do respeito social e profissional de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transexuais, queer, intersexuais, assexuais, etc. Apesar de termos evoluído nas últimas décadas, a LGBTfobia ainda é um grande problema ao redor de todo o planeta e no Brasil a situação não é diferente.
Duzentos e trinta e três mil pessoas da região Norte se auto identificaram como homossexuais ou bissexuais. No Brasil, 2,92 milhões de brasileiros (ou 1,8% da população acima de 18 anos) assumiram uma dessas duas orientações sexuais diante de um pesquisador do IBGE. Quatro dos sete Estados amazônicos (Amapá, Amazonas, Pará e Rondônia) têm mais gays, lésbicas ou bissexuais do que a média brasileira. Pela primeira vez na História, e ainda de forma experimental, o órgão oficial de pesquisas do País investigou a orientação sexual do brasileiro. Os resultados nacionais e regionais surpreendem.
Hoje vemos maior representatividade e mais celebração da existência LGBT, a comunidade ainda tem muitos passos para caminhar nesse sentido. Por isso, entrevistamos o psicólogo Rodrigo Serrão, que tem vem mostrando um trabalho incrível através de terapia afirmativa que tem como foco principal o acolhimento e a psicoeducação das consequências da LGBTfobia (tanto internalizada quanto a externa) na vida dos pacientes, ajudando a criar estratégias de enfrentamento que sejam mais significativas e que estejam de acordo com os valores pessoais de cada um, além disso, encontrar as potencialidades que a orientação sexual e/ou identidade de gênero podem proporcionar em suas vidas, sejam elas potências criativas, acadêmicas, sociais, etc.
Após a pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o psicólogo Rodrigo Serrão, a comunidade precisa de uma atenção maior, principalmente em relação aos sintomas de depressão e ansiedade.
“Foram 2 anos em que a maioria das pessoas estavam em uma rotina de isolamento, trabalhando e estudando de casa, sem contato com as pessoas e com as dificuldades que a vida diária fora de casa pode trazer. Ou seja, esse retorno pode influenciar e intensificar o medo, a preocupação, o estresse, e as pessoas podem se sentir mais cobradas, com dificuldade em manter o foco, pressão para tentar recuperar o tempo perdido e ainda dar atenção aos amigos, à família, aos relacionamentos afetivos. Esses fatores já influenciavam a saúde mental antes da pandemia, mas agora, podem se tornar mais intensos e os profissionais precisam ser mais cuidadosos e compreender que o período de adaptação é diferente para cada pessoa, a escuta e o acompanhamento terapêutico podem ajudar”, disse o psicólogo.
Rodrigo Serrão ressalta como é desafiador todos os dias trabalhar com a população LGBTQIA +. “Atender às demandas da população LGBTQIA+ é desafiador justamente por estarmos num país homofóbico. E a lgbtfobia é um dos principais fatores que prejudicam a saúde mental dessas pessoas. O foco se torna em ajudá-las a lidar com as consequências que o preconceito e a discriminação causam em suas vidas, principalmente com a culpa internalizada, a sensação de abandono, de vergonha, de exclusão, de autoaceitação e dificuldades de relacionamentos com familiares. O desafio é grande, pois estamos lidando com o peso da cultura em que vivemos e a psicoeducação com esses pacientes é para mostrar que não estamos sozinhos e que não temos culpa por sermos pessoas LGBTQIA+, e que o nosso sofrimento emocional parte da violência externa que somos submetidos há gerações”, expressou ele.
O que é LGBTQIA+?
A sigla significa refere-se à diversidade sexual existente entre os humanos e significa: Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, Intersexuais, entre outros. Na década de 1990, alguns movimentos culturais e políticos utilizavam a sigla “GLS”, (Gays, Lésbicas e Simpatizantes), para se referir à comunidade.
Conheça mais sobre a data
O mês de junho foi escolhido para representar o orgulho por conta da Revolta de Stonewall, uma série de manifestações violentas de membros da comunidade LGBT contra uma invasão da polícia de Nova York que ocorreu na madrugada de 28 de junho de 1969, no bar Stonewall Inn, no bairro de Greenwich Village, em Nova York. Em 1969, ano da revolta, a prática já não era criminalizada, mas muitos estabelecimentos comerciais que eram frequentados por gays e lésbicas eram atacados e perseguidos pela polícia.
Somente um bar aceitava era abertamente gay, em Nova York, o Stonewall Inn, que ficava no bairro do Greenwich Village. Na noite de 28 para 29 de junho, o que era para ser uma batida policial comum tornou-se em revolta. Um grupo de homossexuais se recusou a ser revistado pela polícia, iniciando um confronto que durou cerca de 4 horas e resultou na destruição do bar.
Milena Vasconcelos – Editora em Manaus. Responsável pela coordenação da equipe deJornalismo do Ampress. Antes, trabalhou como Social Media, no Estúdio Francisco Araújo. Email: milenavm18@gmail.com