A Prefeitura de Manaus, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), encerrou, nesta quarta-feira, 14/12, no auditório da clínica da família Senador Severiano Nunes, bairro Jorge Teixeira, zona Leste, mais uma edição do curso “Abordagem da Hanseníase na Atenção Primária à Saúde (APS)”.
Segundo a chefe do Núcleo de Controle da Hanseníase da Semsa, enfermeira Ingrid Santos, nesta etapa, o curso é direcionado para 37 servidores, entre médicos e enfermeiros, de dez Unidades Básicas de Saúde (UBSs) localizadas em bairros da zona Leste de Manaus.
“O curso faz parte das ações de Educação Permanente que a Semsa desenvolve para capacitar os profissionais de saúde e tem como objetivo fortalecer o trabalho das equipes de saúde na detecção de casos novos de hanseníase, em ações de rotina de trabalho na UBS e nas atividades de busca ativa de casos suspeitos da doença que são desenvolvidas fora das Unidades de Saúde”, explicou Ingrid Santos.
O curso, que foi iniciado na terça-feira, 13, tem carga horária de oito horas, com duas turmas, e aborda temas como: o conceito da Hanseníase; sinais e sintomas; esquema terapêutico de tratamento; fluxos de atendimento; exames laboratoriais; ações de rotina no controle da doença; alinhamento do processo de trabalho do projeto “Autoexame de Pele Virtual”, lançado no mês de julho, para o rastreamento de casos de hanseníase e outras dermatoses entre estudantes de 257 escolas públicas; e alinhamento com as equipes de saúde para aplicação do Questionário de Suspeição em Hanseníase em busca ativa nas áreas de maior incidência da hanseníase da zona leste.
“Esse trabalho de capacitação já foi realizado este ano com profissionais das zonas Sul e Norte, buscando a ampliação da oferta de exame de pele nas UBSs e o diagnóstico precoce de novos casos da doença”, afirmou Ingrid.
Para a médica Ana Carolina Cândido da Silva, que atua na UBS Amazonas Palhano, bairro São José, o curso é uma forma de melhorar o conhecimento sobre a doença. “Eu comecei a trabalhar na Semsa no mês de agosto, depois da convocação no concurso público, e ainda não identifiquei casos de hanseníase no atendimento na UBS. Acredito que o curso vai ajudar a sedimentar o nosso conhecimento sobre a hanseníase, que não é uma doença muito debatida, apesar de ter grande importância na nossa região”, afirmou Ana Carolina.
Em 2021, Manaus registrou 102 casos de hanseníase, com uma taxa de detecção geral de 4,67 casos/100.000 habitantes, sendo sete casos em menores de 15 anos. Em 2022, foram registrados até o momento 107 casos novos em Manaus, apresentando uma taxa de detecção de 4,74/100.000 habitantes, com oito casos novos em menores de 15 anos.
A hanseníase é uma doença infecciosa crônica, causada pelo Mycobacterium leprae, também conhecido como bacilo de Hansen. A transmissão da doença ocorre quando uma pessoa doente, sem tratamento, elimina o bacilo por meio de secreções nasais, tosses ou espirros, transmitindo para pessoas sadias que convivem próximo e por tempo prolongado no mesmo ambiente. Por isso, os contatos dos pacientes, familiares e sociais, devem ser acompanhados nos serviços de saúde por um período de cinco anos para que, se houver a transmissão, a doença possa ser diagnosticada precocemente.
— — —
Texto – Eurivânia Galúcio / Semsa