SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A rede varejista Marisa anunciou neste domingo (4) que Andrea Menezes, 62, membro independente do conselho de administração, será a nova presidente-executiva da marca. Ela é a primeira mulher a ocupar o cargo na história da companhia.

Até então, a função era exercida por João Pinheiro Nogueira Batista, que também é conselheiro da Braskem.

Batista também deixará de ocupar o cargo de diretor de relações com investidores —vaga oferecida a Roberta Ribeiro Leal, atual diretora financeira da varejista, que vai acumular as duas funções.

Em comunicado aos acionistas, a empresa disse que a troca na gestão da Marisa atende ao plano de reestruturação traçado pela diretoria e pelo conselho de administração. A marca também disse que entrará em uma nova fase que “contemplará, dentre outros vetores, o posicionamento comercial da companhia”.

Andrea Menezes já atuou como conselheira de administração do Banco Fibra e foi, durante seis anos, CEO do Banco Standard de Investimentos. Também passou por bancos como JPMorgan e Lehman Brothers Brasil.

A mudança na presidência da rede acontece quase um ano após Adalberto Pereira Santos renunciar ao mesmo cargo. Durante sua gestão, Santos reclamou do custo do funding (captação de recursos de terceiros) e do aumento da inadimplência como fatores para o endividamento da varejista.

Em setembro de 2023, a dívida líquida da Marisa era de R$ 448,5 milhões, um aumento de 18% em relação a junho do mesmo ano. Já o patrimônio líquido era de R$ 107,8 milhões, queda de 64,6% na mesma base comparativa.

No acumulado de janeiro a setembro de 2023, a Marisa registrou prejuízo de R$ 408,8 milhões, um aumento de 80% sobre as perdas do mesmo período do ano anterior.

A rede também informou ter fechado 89 lojas desde que colocou em prática seu plano de reestruturação, em fevereiro do ano passado.

A companhia vem perdendo espaço no último ano para as gigantes asiáticas do comércio online. De acordo com estimativas do BTG, a varejista já foi superada em vendas pela Shein.

No mês passado, o então presidente-executivo da Marisa e também conselheiro da Braskem, João Pinheiro Nogueira Batista, disse, em sua página no LinkedIn, que “a dita tragédia de Maceió não existiu”.

“Graças a Deus não morreu ninguém. A ação coordenada de todos e a liderança da Braskem evitaram a tragédia. Não perdemos uma vida!”, escreveu Batista na publicação.

As minas de sal-gema em Maceió (AL) romperam fazendo afundar cinco bairros da capital, desabrigando mais de 14 mil pessoas.

Posteriormente, Nogueira Batista disse à coluna Painel S.A., do jornal Folha de S.Paulo, que não teve a intenção de menosprezar os estragos causados pela empresa. Afirmou que modificaria o texto publicado e disse que ele se referia ao acordo negociado pela empresa, moradores e poder público para evitar que houvesse mortes.